sexta-feira, março 05, 2010

Sócrates/Moçambique: Portugal disponibiliza mais de mil milhões de euros para projectos de desenvolvimento.

(Notícia do SAPO Moçambique)

Portugal vai disponibilizar mais de mil milhões de euros para financiar projetos de desenvolvimento em Moçambique, um deles a ponte para Catembe, em Maputo, um dos maiores dos próximos anos.


O anúncio foi feito hoje na capital moçambicana pelo primeiro ministro português, José Sócrates, no final de uma conferência sobre energias renováveis, que juntou empresários portugueses e moçambicanos e que culminou com a assinatura de uma dezena de protocolos.



Segundo o primeiro ministro, que sexta feira conclui uma visita de três dias a Moçambique, o banco luso-moçambicano que quarta feira foi criado vai analisar também o financiamento de projetos como o da construção da central norte da barragem de Cahora Bassa e a “espinha dorsal” de distribuição de energia, que vai ligar o país de norte a sul, dois dos empreendimentos de maior vulto em Moçambique nos próximos anos.

4 comentários:

Francisco Capitia disse...

Dada a situação em que se encontram os dois países, julgo ser benéfico estes acordos económicos entre Portugal e Moçambique. Portugal já é o segundo maior investidor em Moçambique, a seguir à Noroegua, e tem vantagens comparativas como a língua, cultura... etc. e precisa de diversificar os seus investimentos. Por outro lado Moçambique precisa de desenvolver a sua economia ( em áreas que Portugal tem grande valor acrescentado) e carece de investimento estrangeiro a fim de poder competir com as restantes economias ao seu redor, pois com o possível desenvolvimento da SADC para os patamares mais altos de liberalização, é necessário estarem preparadas para não serem "engulidas" pelas superpotências como Africa do Sul, Namíbia entre outros...

Tenho Dito!

Humberto Costa disse...

Concordo com a medida e efectivamente Portugal deveria diversificar mais os seus investimentos em África, não concentrando tudo apenas em Angola. Espero que este governo ao contrário de governos passados faça efectivamente acordos concretos que sejam benéficos para nossa economia de forma directa.

Jose Paulo Oliveira disse...

Acredito que esta visita, pela dimensão estratégica que assumiu, significa o acordar de Portugal para a importância de Moçambique.
Como a maioria dos meus leitores saberá, estou convencido que Moçambique tem muitos e bons anos de crescimento económico rápido e está a criar um ambiente excelente para os negócios.
Que Portugal e os portugueses saibam aproveitar esta oportunidade que nos é especialmente concedida pela maior vantagem competitiva que nós temos: a língua portuguesa.
A nossa língua não é só a nossa pátria, mas representa também para os negócios das empresas e para as carreiras profissionais dos portugueses uma possibilidade de atingir o que outros, como os Sul-Africanos, não conseguem ainda que não estejam menor preparados, nem menos interessados, que nós.
Saibamos nós aproveitar...

rui seybert p ferreira disse...

Sim, claro que isto é bom para os dois países e já não é sem tempo que Portugal ambiciona lançar, já para não dizer têr, o seu poder económico aonde ainda vale alguma coisa, como também Moçambique se deixe de complexos do passado e aceita trabalhar com quem quer e pode ajudar a desenvolver o país contra rentabilidades e não contra agendas sociais e políticas.

Agora uma coisa é certa. Não é com estes mega investimentos que Moçambique se vai desenvolver em termos políticos e de Gross Human Capital. As multinacionais e os seus megaprojectos nunca ajudaram grande coisa os LDCs. Isso o Banco Mundial já provou estudo após estudo. São as PMEs que avançam com um país. São elas que exigem formação nas escolas e hospitais, leis e tribunais que funcionem, estradas seguras e telecomunicações fiáveis e acessíveis. Os grandes projectos trazem as divisas estrangeiras via FDI e exportações. Mas vivem como em 'offshores' da economia real.

Não conheço nenhum país dos 'tigres'asiáticos que se tenha desenvolvido à custa de multinacionais estrangeiras. Mas conheço muitos países da América Latina que nada ganharam com o investimento, primeiro, das multinacionais americanas, e depois, europeias.

São PMEs que se tornam em 'national champions' que fazem um país andar para a frente.

E são elas que dão estabilidade política a um país. Por causa da sua grande concentração de poder, multinacionais destabilizam. Food for Thought.