domingo, janeiro 27, 2013

Memória do Saque - A Crise Argentina e as Semelhanças Inquietantes com Portugal.

Este filme é uma excelente lição de economia e que nos deve fazer pensar nas semelhanças entre o saque Argentino e a inquietante realidade em Portugal.

VII Seminário de Macroeconomia e Teoria e Modelos de Crescimento Económico

O VII Seminário de Macroeconomia e Teoria e Modelos de Crescimento Económico foi um extraordinário exemplo da qualidade do trabalho que vem sendo desenvolvido nestas duas discilplinas entre professores e alunos. Esta é uma metodologia vencedora, numa equipa em que dá gosto trabalhar. Não foi por acaso que a agência de avaliação e acreditação do ensino superior aprovou o curso de Economia da Universidade Lusófona, com a apreciação excelente que fez. Estamos a trabalhar bem e cada vez melhor. Este foi o ano de melhor produção, nestes sete anos desta metodologia, com uma qualidade de trabalhos digna de fazer inveja à concorrência.

sexta-feira, janeiro 11, 2013

OLAE prevê crescimento do PIB de Moçambique de 9,75% em 2013.


PREVISÕES MACROECONÓMICAS DO OLAE PARA MOÇAMBIQUE – 2013

O Gabinete de Previsão Económica do OLAE – Observatório Lusófono de Actividades Económicas, Centro de Investigação e Prestação de Serviços ligado à Universidade Lusófona, divulga as suas previsões macroeconómicas para Moçambique, para o ano 2013.

O produto crescerá a uma taxa de 9,75 por cento, com aumento das exportações em 11,5% que, quase compensarão a subida das importações em 12%, o que representa um passo muito significativo para as contas externas do país, pois estão a ser dados passos gigantescos para resolver um dos maiores desequilíbrios macroeconómicos do país.

O carvão vai ser o principal responsável pela subida da taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013. Toda a Indústria extractiva, potenciada pelo efeito da produção de carvão viverá um ano histórico de crescimento em que finalmente “levantará voo”. O gás e as areias pesadas são outras áreas em franca expansão que possibilitarão o rápido crescimento do sector charneira da economia, que arrastará tudo o resto atrás de si. Este contributo encontra um pilar sólido na banca e sector financeiro, que podem multiplicar o investimento em todos os outros sectores de suporte.

O rápido crescimento da economia Moçambicana traduz-se também na melhoria do rendimento per capita, que entre 2009 e 2013 cresce praticamente 50 por cento, o que é um dos melhores resultados à escala global.

O Plano de Acção para a Redução da Pobreza (PARP 2011-14) beneficia desta conjuntura favorável e reúne condições para tornar-se num caso de estudo internacional, pela melhoria, em qualidade e quantidade, dos serviços públicos de educação, de saúde, de água e saneamento, de estradas e de energia, bem como a promoção do emprego e o aumento da produção e produtividade agrária e pesqueira.
Por outro lado, o IDE (Investimento Directo Estrangeiro) continuará a crescer significativamente, prevendo-se um aumento em 12,5% excluindo os megaprojectos.

O investimento realizado em Moçambique encontra no país condições ideais para penetrar facilmente no mercado regional, pois Moçambique encontra-se localizado numa zona estratégica da SADC (South African Development Community), sendo o PIB da África Austral actualmente nos USD 800 mil milhões reunindo mais de 300 milhões de consumidores.

Apesar deste progresso, continua a ser preocupante que as reservas internacionais líquidas, previsivelmente, revelarem-se insuficientes para cobrir 4 meses de importação de bens e serviços não factoriais, o que obrigará, que também em 2013 o Banco de Moçambique proceda a monitoria permanente dos movimentos financeiros internacionais.

A inflação situar-se-á nos 8% o que obrigará o Banco de Moçambique a uma gestão muito activa da política monetária e cambial para, evitando o ajustamento súbito do valor do Metical, controlar as tendências inflacionistas.


Esta continua a ser a maior preocupação do OLAE com a economia de Moçambique, pois ano após ano, apesar dos resultados apreciáveis obtidos pelo Banco de Moçambique no seu esforço para controlar a inflação, mantem-se um desequilíbrio profundo entre a cotação do Metical e o seu real valor. Este desequilíbrio tem sido possível de gerir apenas através de limitações à mobilidade internacional de capitais, no entanto o aprofundamento da integração económica de Moçambique no panorama da África Austral e das interligações com economias mais avançadas obrigará a uma revisão desta política, o que apenas poderá ser feito num contexto de controlo real da inflação. Ainda não estão reunidas condições para Moçambique permitir a livre circulação de capitais em 2013. A estratégia de “Meticalização” total da economia apenas poderá ter sucesso num contexto de controlo apertado da inflação. O risco de problemas sociais agravados está directamente ligado à pressão inflacionista em especial sobre os preços de bens de primeira necessidade, em especial nas maiores cidades, realçando-se a necessidade de evitar que a economia da região de Maputo desenvolva sintomas de “Doença Holandesa”.

A chegada de milhares de imigrantes, nomeadamente Portugueses, levará a um embaratecimento do trabalho dos técnicos qualificados na região de Maputo, mas esta tendência não conseguirá evitar o aumento dos custos unitários do trabalho qualificado nas outras regiões do país, em especial na Beira, Tete, Pemba e Nampula. No entanto, estes milhares de imigrantes contribuirão também para a aceleração do crescimento do PIB de Moçambique.

A taxa de juro real continuará elevada, prevendo-se que se situe nos 8 por cento, remunerando os capitais investidos no país de forma particularmente atractiva e estando ajustada ao crescimento económico do país e a alguma falta de liquidez que ainda se fará sentir no mercado ao longo de 2013.

Segundo o OLAE, Moçambique é um dos melhores países do mundo para realizar investimento, perspectivando-se elevadíssimas taxas de retorno dos investimentos realizados, ao longo dos próximos anos.
Se a estabilidade política não for afectada, os factores muito positivos como o bom ambiente de negócios, boa governação e existência de recursos naturais crescentemente explorados, que estão a estruturar uma nova economia altamente dinâmica em Moçambique contribuirão decisivamente para o enriquecimento do país, do seu povo e de todos os que aí invistam e trabalhem.

PREVISÕES MACROECONÓMICAS DO OLAE PARA MOÇAMBIQUE – 2013

O Gabinete de Previsão Económica do OLAE – Observatório Lusófono de Actividades Económicas, Centro de Investigação e Prestação de Serviços ligado à Universidade Lusófona, divulga as suas previsões macroeconómicas para Moçambique, para o ano 2013.

O produto crescerá a uma taxa de 9,75 por cento, com aumento das exportações em 11,5% que, quase compensarão a subida das importações em 12%, o que representa um passo muito significativo para as contas externas do país, pois estão a ser dados passos gigantescos para resolver um dos maiores desequilíbrios macroeconómicos do país.

O carvão vai ser o principal responsável pela subida da taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013. Toda a Indústria extractiva, potenciada pelo efeito da produção de carvão viverá um ano histórico de crescimento em que finalmente “levantará voo”. O gás e as areias pesadas são outras áreas em franca expansão que possibilitarão o rápido crescimento do sector charneira da economia, que arrastará tudo o resto atrás de si. Este contributo encontra um pilar sólido na banca e sector financeiro, que podem multiplicar o investimento em todos os outros sectores de suporte.

O rápido crescimento da economia Moçambicana traduz-se também na melhoria do rendimento per capita, que entre 2009 e 2013 cresce praticamente 50 por cento, o que é um dos melhores resultados à escala global.

O Plano de Acção para a Redução da Pobreza (PARP 2011-14) beneficia desta conjuntura favorável e reúne condições para tornar-se num caso de estudo internacional, pela melhoria, em qualidade e quantidade, dos serviços públicos de educação, de saúde, de água e saneamento, de estradas e de energia, bem como a promoção do emprego e o aumento da produção e produtividade agrária e pesqueira.
Por outro lado, o IDE (Investimento Directo Estrangeiro) continuará a crescer significativamente, prevendo-se um aumento em 12,5% excluindo os megaprojectos.

O investimento realizado em Moçambique encontra no país condições ideais para penetrar facilmente no mercado regional, pois Moçambique encontra-se localizado numa zona estratégica da SADC (South African Development Community), sendo o PIB da África Austral actualmente nos USD 800 mil milhões reunindo mais de 300 milhões de consumidores.

Apesar deste progresso, continua a ser preocupante que as reservas internacionais líquidas, previsivelmente, revelarem-se insuficientes para cobrir 4 meses de importação de bens e serviços não factoriais, o que obrigará, que também em 2013 o Banco de Moçambique proceda a monitoria permanente dos movimentos financeiros internacionais.

A inflação situar-se-á nos 8% o que obrigará o Banco de Moçambique a uma gestão muito activa da política monetária e cambial para, evitando o ajustamento súbito do valor do Metical, controlar as tendências inflacionistas.


Esta continua a ser a maior preocupação do OLAE com a economia de Moçambique, pois ano após ano, apesar dos resultados apreciáveis obtidos pelo Banco de Moçambique no seu esforço para controlar a inflação, mantem-se um desequilíbrio profundo entre a cotação do Metical e o seu real valor. Este desequilíbrio tem sido possível de gerir apenas através de limitações à mobilidade internacional de capitais, no entanto o aprofundamento da integração económica de Moçambique no panorama da África Austral e das interligações com economias mais avançadas obrigará a uma revisão desta política, o que apenas poderá ser feito num contexto de controlo real da inflação. Ainda não estão reunidas condições para Moçambique permitir a livre circulação de capitais em 2013. A estratégia de “Meticalização” total da economia apenas poderá ter sucesso num contexto de controlo apertado da inflação. O risco de problemas sociais agravados está directamente ligado à pressão inflacionista em especial sobre os preços de bens de primeira necessidade, em especial nas maiores cidades, realçando-se a necessidade de evitar que a economia da região de Maputo desenvolva sintomas de “Doença Holandesa”.

A chegada de milhares de imigrantes, nomeadamente Portugueses, levará a um embaratecimento do trabalho dos técnicos qualificados na região de Maputo, mas esta tendência não conseguirá evitar o aumento dos custos unitários do trabalho qualificado nas outras regiões do país, em especial na Beira, Tete, Pemba e Nampula. No entanto, estes milhares de imigrantes contribuirão também para a aceleração do crescimento do PIB de Moçambique.

A taxa de juro real continuará elevada, prevendo-se que se situe nos 8 por cento, remunerando os capitais investidos no país de forma particularmente atractiva e estando ajustada ao crescimento económico do país e a alguma falta de liquidez que ainda se fará sentir no mercado ao longo de 2013.

Segundo o OLAE, Moçambique é um dos melhores países do mundo para realizar investimento, perspectivando-se elevadíssimas taxas de retorno dos investimentos realizados, ao longo dos próximos anos.
Se a estabilidade política não for afectada, os factores muito positivos como o bom ambiente de negócios, boa governação e existência de recursos naturais crescentemente explorados, que estão a estruturar uma nova economia altamente dinâmica em Moçambique contribuirão decisivamente para o enriquecimento do país, do seu povo e de todos os que aí invistam e trabalhem.

sábado, janeiro 05, 2013

Portugal 2013: O Ano do Orçamento de Estado Absolutamente Irrealista.


Inconstitucional ou não, o Orçamento de Estado para 2013 em Portugal é uma peça do maior irrealismo e apenas funciona como um desejo, infelizmente demasiado afastado da possibilidade de concretização, ou então é mesmo o resultado da impreparação, incompetência, insanidade pura ou humor extraordinário de quem o produziu.

O cenário macroeconómico que serve de base ao documento e às contas e ao seu suposto equilíbrio fundamenta-se em previsões verdadeiramente irrealistas. Todas as entidades credíveis que apresentaram previsões macroeconómicas para Portugal em 2013 construíram cenários bem piores do que o traçado no OE 2013. Vou centrar-me apenas nas previsões da instituição a que pertenço, mas podia referir várias outras entidades nacionais e internacionais. De acordo com as previsões macroeconómicas apresentadas pelo Gabinete de Previsão Económica (GPE) do OLAE – Observatório Lusófono de Actividades Económicas, o PIB Português irá contrair mais de 3 por cento em 2013. O Orçamento prevê uma queda de 1 por cento. Mas vale a pena perceber como o governo chega a este valor irrealista. O Consumo Privado caiu mais de 4% em 2011, mais de 5% em 2012 e agora prevê-se que caia apenas 2,2%, não se percebendo como será aparada esta queda, quando os impostos aumentam, o desemprego aumenta, o rendimento disponível das famílias cai a pique e o crédito está restringido. Como vão os Portugueses consumir estes valores? Parece impossível. É impossível!

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), componente fundamental do Investimento, caiu mais de 11 por cento em 2011, quase 15 por cento em 2012 e agora pasme-se o governo acredita que irá cair apenas mais 4,2%. Ridículo!

Qualquer estudante de Economia do primeiro ano da Universidade Lusófona (e das outras universidades, acredito eu) sabe que o Consumo e o Investimento são as variáveis mais afectadas pela evolução das Expectativas dos Agentes Económicos. Ora alguém acredita nas expectativas positivas dos Portugueses por estes dias? Vão consumir e investir em 2013? E nos anos seguintes?

Neste descalabro, o governo acredita, ou pelo menos colocou isso no OE 2013 que o desemprego vai aumentar apenas cerca de 1 ponto percentual. Pois, pois, no cenário em que o PIB quase não cai. Mas com as previsões que temos o desemprego ultrapassará os 17,5%, na melhor das hipóteses. Isto é, no nosso cenário “optimista”, pois arriscamos uma queda maior.

Consequências desta situação? As contas não vão bater certas!

Daqui a três meses já estaremos outra vez com um enorme, desculpem COLOSSAL, BURACO NAS CONTAS. E será necessário arranjar mais receitas em algum lado.

Pior, apenas pelo efeito da divergência do cenário macroeconómico, estaremos condenados a ter um acréscimo do défice em mais de 4 pontos percentuais (p.p.). Explica-se este valor da seguinte forma: Cada ponto percentual do PIB de diferença leva a uma quebra na receita fiscal de cerca de 0,4 p.p., o que se agrava quando fazemos a conta ao défice, pois não apenas temos um numerador maior (saldo negativo), mas também temos um denominador menor (PIB), pelo que cada quebra de 1 p.p. no PIB representa mais de 1,7 p.p. de acréscimo no défice do OE (em percentagem). Com o cenário macroeconómico apresentado, este efeito supera os 4 p.p. e criará mais um enorme e colossal buraco. Conclusão: Empobrecemos para pagar as dívidas e acabamos mais endividados do que começámos. É obra! Deve ser a este tipo de coisas que se chama DESGOVERNO!

No fundo, uma inconstitucionalidade qualquer que permita distrair os cidadãos e seja arma de arremesso político até serve muito bem como bode expiatório de quem fez uma peça orçamental desfasada da realidade. Já desconfio que o Tribunal Constitucional acabará por fornecer a desculpa ideal para os responsáveis políticos poderem assobiar para o lado e fingirem mais uma vez que não foi culpa deles. A ver vamos, mas lamentavelmente é este tipo de coisas que a política do rectângulo nos habituou…

Já chega! É tempo de mudar de política e atacar a raiz do problema. A tentar obter receitas e cobrando mais impostos até à exaustão dos cidadãos e das empresas as contas já não se equilibram. É fundamental atacar a despesa de uma vez por todas, senão nunca mais saímos desta armadilha. Cuidado! Também não vamos lá com uma Política Orçamental expansionista, pois o multiplicador desses gastos face ao Saldo orçamental é negativo e esse caminho, que alguns políticos de alguma “Esquerda” podem querer vender aos Portugueses e embalá-los nessa doce ilusão, apenas criará mais e mais pobreza. Temos de ir ao fundo do problema duma vez por todas. Não é por este caminho, mas também não resolvemos o problema com demagogia barata. Temos de construir um Estado à medida daquilo que a nossa Economia consegue sustentar e criar condições para termos um Estado eficiente e que ajude a vida dos cidadãos, com solidariedade, mas sem o “Monstro”.

Ou o governo muda de política (e depressa) ou teremos de mudar de governo!

Não há mais margem para falhanços!