segunda-feira, setembro 10, 2012

Mais Austeridade...

As medidas agora anunciadas introduzem um acréscimo de austeridade para as famílias portuguesas reduzidindo o seu rendimento disponível, diminuirão a procura interna e encolherão o mercado interno em Portugal. Por outro lado, existirá um pequeno impacto positivo para as empresas, que beneficiará especialmente as grandes empresas e aumentará os lucros das mais rentáveis, mas passará quase despercebido na tesouraria das pequenas e microempresas.
Apesar de todos estes efeitos, ...
o crónico problema da sustentabilidade da Segurança Social, que receberá um ganho líquido direto deste aumento de contribuições, não chegará a sentir melhorias, mantendo-se o gravíssimo problema atual, que tenderá a piorar significativamente ao longo dos próximos meses. Este caminho levará a um modelo de equilibrio económico em Portugal com uma população desempregada de mais um milhão de pessoas face ao que existe hoje. Com os dados atuais podemos pensar que a economia Portuguesa podia viver em equilibrio com cerca de 35 por cento de desempregados, o que social e economicamente configura um desastre de proporções ainda hoje inimagináveis.
O equilibrio das contas públicas é uma necessidade. No entanto, equilibrar as contas do Estado à custa da morte da economia Portuguesa é um erro. As políticas macroeconómicas do atual governo insistem em escolhas que esmagarão os mais fracos da sociedade portuguesa e que não têm a menor hipótese de trazer o necessário crescimento económico. A construção de uma economia de alto valor acrescentado, baseada na inovação, que permita um nível de vida elevado, é totalmente incompatível com as opções em que o atual governo insiste. É fundamental que esta rota seja corrigida urgentemente ou corremos o risco de já não irmos a tempo de evitar o colapso.