terça-feira, novembro 12, 2013

Para melhor compreensão da falta de futuro em Portugal.

Hoje não vos trago previsões macroeconómicas, nem análises ao desastre económico nacional e ao empobrecimento colectivo. Deixo-vos um texto que um antigo aluno me enviou, no âmbito de uma conversa privada, mas que merece uma leitura atenta, pela análise sentida na pele de quem vê o futuro do país comprometido, que é como quem diz o futuro da geração mais qualificada e preparada que Portugal já produziu.

“Infelizmente, concordamos ambos neste sentido. Esta sociedade não tem futuro nos moldes atuais, a curto prazo como referiu e bem, e a longo prazo, infelizmente.

Sinceramente, talvez por ser de uma geração mais nova (1980), sinto-me totalmente descrente e desmoralizado quanto a qualquer situação viável para o meu País, e a cada dia que passa procuro mais intensamente soluções profissionais fora de Portugal, na expetativa de poder trazer valor acrescentado para uma organização que, n.º1 me valorize enquanto profissional que deseja crescer e ser produtivo e n.º2 esteja consciente do valor que pode vir a extrair do meu trabalho para a própria empresa assim como para a sociedade onde se insere. Julgo que eu seja um bom exemplo do que é o sentimento geral de jovens profissionais dentro da minha faixa etária, e que me recordo do Professor dizer em variadas ocasiões: “vão, e já não voltam” (!).

Mas voltando ao futuro deste país, a 3 ou a 30 anos, concordo com a bancarrota. Concordo em assumir a responsabilidade dos erros passados e pensar um plano sustentado de crescimento para os tais 30/40 anos. Tenho é muito medo de quem o desenharia e pior ainda, dos seus executantes.
Infelizmente sabemos que não será esse o caminho, por falta de capacidades humanas a nível emocional, em fazer arder o pouco que resta da nossa casa, para voltar a construir uma nova.
Entraremos como referiu, num longo e mais prolongado definhamento. E não estaremos sós.

Continuando assim, a crise de crédito veio para ficar, na minha opinião. A falta de investimento é global (ex.: EUA têm nível de investimento público ao nível da II Guerra Mundial, pasme-se) e Portugal o que se sabe. A falta de confiança é óbvia. Acabaram os estadistas. O declínio do sector de serviços na minha opinião será igualmente prolongado. E a exportarmos gerações inteiras altamente qualificadas, o gap será cada vez maior.
E voltando à questão demográfica inicial, sinto-me enganado, sempre que vejo os impostos aumentarem, não pelos impostos em si mesmos, mas para sustentar pensões exponenciais. Quem tem 30 anos agora, sabe que descontará cada vez mais, e receberá cada vez menos. Não é muito encorajador este cenário. “