quinta-feira, março 11, 2010

Portugal: Economia nacional contrai 1% no último trimestre

(Notícia do Diário Económico)

O Instituto Nacional de Estatística (INE) reviu em baixa as suas estimativas para a evolução da economia portuguesa no final de 2009.




Nos últimos três meses do ano passado, o PIB nacional contraiu-se em 1% face ao período homólogo, mais 0,2 pontos percentuais que o inicialmente estimado pelo INE.



Em cadeia, o PIB português cai 0,2%, a primeira contracção após dois trimestres consecutivos de crescimento.



No balanço de 2009, o INE mantém a previsão de uma contração do PIB de 2,7% face à variação nula de 2008.

Resumo do Relatório do INE


Em 2009, o PIB registou uma diminuição de 2,7% em volume, após a variação nula verificada no ano anterior. O contributo da procura interna para esta variação foi negativo (-2,8 pontos percentuais), enquanto o da procura externa líquida foi ligeiramente positivo (0,1 p.p.), reflectindo a maior redução em termos absolutos das importações comparativamente à observada nas exportações. O comportamento das principais componentes da procura interna foi diferenciado, assistindo-se a uma redução acentuada do investimento, a uma redução moderada do consumo final das famílias e a um aumento do consumo final das administrações públicas. Em termos nominais, o PIB ascendeu a cerca de 163,6 mil milhões de euros, menos 1,7% que no ano anterior.

No 4º trimestre de 2009, o Produto Interno Bruto (PIB) diminuiu 1,0% em volume face ao período homólogo de 2008 (variações de -2,5%, -3,4% e -3,8% respectivamente no 3º, 2º e 1º trimestres de 2009). A redução menos intensa do PIB em termos homólogos no 4º trimestre esteve associada ao contributo menos negativo da procura interna, que passou de -2,2 p.p. no 3º trimestre para -1,2 p.p. no seguinte, e ao aumento do contributo da procura externa líquida, que se fixou em 0,2 p.p. (-0,3 p.p. no trimestre anterior). Comparando com o 3º trimestre de 2009, o PIB registou uma diminuição de 0,2%. Relativamente à estimativa rápida do 4º trimestre de 2009, as taxas de variações do PIB, homóloga e face ao trimestre anterior, são revistas em baixa em 0,2 p.p., reflectindo sobretudo nova informação sobre o comércio internacional (valores nominais e deflatores).

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1 comentário:

Anónimo disse...

O facto disto ter acontecido revela que podemos retirar inúmeras ilações acerca disto mesmo.

A primeira delas, a mais importante de todas as demais, prende-se com a estrutura da própria economia nacional, isto é, com os problemas estruturais de Portugal.
Já tinha referido isto mesmo várias vezes em diversos comentário.
Aqui fica a "prova provada" de que Portugal,a após o cenário de retoma da actividade económica mundial ou internacional, terá de abordar com cuidado a questão do crescimento.
Actualmente, Portugal está manifestamente focado no combate ao défice orçamental e, por conseguinte, à elevada dívida pública. Isto é o que justifica os objectivos primordiais daqueles que têm responsabilidade na formulação de políticas económicas e sociais. Porém, será que os outros países não apresentam défices tão elevados como os nossos, ou até mais altos?
Claro que sim! A economia norte-americana é, sem margens para dúvidas o melhor exemplo.

Assim sendo, só gostaria de deixar uma pequena nota para o simples facto de que, pessimista como sou, acho que Portugal poderá não morrer da doença mas sim da cura.
E passo desde já a explicar.
Portugal, depois dos avisos seguidos de Bruxelas, terá de provar um enorme e tremendo combate ao défice. Ora, como não se irá esperar um aumento significativo da capacidade de arrecadar impostos e tributações, isto é, da receita efectiva, o combate também se fará por via da despesa.
Assim, a política orçamental está fortemente condicionada.
Exemplo disso será, também, os cortes no investimento público; alguns destes cortes são, de facto, uma lufada de ar fresco para as gerações vindouras que têm tanto direito como nós, quando viemos ao mundo, a terem uma economia e um futuro não hipotecado.

A nível da política monetária e cambial, estamos novamente amarrados, pois não somos soberanos ao nível destas políticas.

Do ponto de vista político, esta questão também foi bastante mal abordada, pelo que a retoma da actividade económica foi uma falsa partida. Agora, depois dos nossos "concorrentes" já terem iniciado a marcha, temos ainda que acarretar com um aumento dos preços e, por conseguinte, e em principio, com o aumentos dos combustíveis, por exemplo.

Abraço,

Mário