Moçambique: Assinada escritura pública do Banco Nacional de Investimento

(Notícia do SAPO Moçambique)

O Ministro das Finanças de Moçambique, Manuel Chang, e o Ministro de Estado e das Finanças de Portugal, Fernando Teixeira dos Santos, testemunharam na tarde desta segunda-feira a assinatura da escritura pública do Banco Nacional de Investimento (BNI).

Este novo banco, que não terá uma vocação comercial, é uma instituição financeira participada pelos estados moçambicano e português, respectivamente, através do Tesouro e da Caixa Geral de Depósitos, e pelo Banco Comercial de investimento.


A assinatura da escritura pública foi efectuada por António Laíce, em representação do Tesouro Moçambicano, Francisco Bandeira, da Caixa Geral de Depósitos, e Ibrahimo Ibrahimo, do Banco Comercial de Investimento.

O objectivo da criação do Banco Nacional de Investimentos passa pelo apoio a iniciativas de investimento para o desenvolvimento de Moçambique, algo que deverá começar a ser realidade a partir dos finais do presente ano.

Com um capital social de 17.140 milhões de meticais, as acções do banco serão divididas em duas parcelas de 49.5% detidas cada uma pelo Estado Moçambicano e pela contra-parte portuguesa, sendo que o Banco Comercial de Investimento, a única instituição financeira privada moçambicana que participa neste banco, vai controlar um por cento das acções deste banco.

O Ministro das Finanças, Manuel Chang, revelou na ocasião que o “BNI vai entrar em funcionamento após a constituição dos órgãos sociais, algo que deverá acontecer no prazo de um mês, esperando-se que no espaço de seis meses o banco já esteja efectivamente em actividade”.

“O BNI, constituído por capitais moçambicanos e portugueses, é visto por nós como um instrumento de capital importância para o desenvolvimento de uma parceria público-privada que vai desempenhar um papel crucial na busca do financiamento para grandes projectos de infra-estruturas, com impacto directo na redução da pobreza absoluta e na melhoria das condições de vida da nossa população, rumo ao desenvolvimento económico do país”, disse Manuel Chang.
Segundo Teixeira dos Santos já existem alguns projectos de grande envergadura que deverão ter a intervenção financeira do BNI, tais como “a criação da espinha dorsal que ligará a rede eléctrica entre Maputo e Tete e a construção da Central Norte da Hidroeléctrica de Cahora Bassa, projectos que vão contribuir para o desenvolvimento de Moçambique”.


Os accionistas propuseram o nome do Economista moçambicano Adriano Maleiane para o cargo de Presidente da Comissão Executiva do BNI, algo que deverá ser confirmado nos próximos dias. Recorde-se que Maleiane foi ao longo dos últimos 15 anos Governador do Banco de Moçambique, sendo uma das figuras mais indicadas para dirigir as actividades desta instituição que vai dinamizar as relações económicas entre empresários moçambicanos e portugueses.