sexta-feira, junho 25, 2010

Alemanha avisa EUA sobre riscos de nova crise financeira

(Notícia do Público)
O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schaeuble, advertiu os Estados Unidos para os riscos de voltaram e viver uma nova crise, numa entrevista ao jornal financeiro Boersen Zeitung, e pressionou-os a terem mais disciplina orçamental, um tema que tem levantado debate em ambos os lados do Atlântico.
“Apesar dos estímulos sempre a crescer e de um défice orçamental que por vezes nos corta a respiração, não se vê resultados no mercado laboral” nos Estados Unidos, declarou o ministro alemão.
“As autoridades norte-americanas estão a tentar tudo o que podem. Sem dúvida que as forças que desencadearam esta crise vão ser libertadas outra vez”, alertou.
As baixas taxas de juro e as enormes quantidades de crédito barato nos mercados criaram o ambiente para uma crise financeira que começou em 2007 quando os proprietários de casas nos Estados Unidos se viram incapazes de pagar hipotecas arriscadas.
“Sou cuidadoso em não dar conselhos aos Estados Unidos sobre crescimento económico, mas a Alemanha pensa que é claro que um défice público excessivo constitui um obstáculo ao crescimento global”, disse Schaeuble.
Washington tem dito repetidas vezes à Alemanha que deveria reorientar a sua economia, passando de uma estratégia virada para as exportações para uma estratégia virada para o reforço da procura interna.

2 comentários:

Jose Paulo Oliveira disse...

Que fique clara a minha posição sobre esta discussão entre os EUA e a Alemanha: Os Americanos têm razão e a Alemanha se não arrepiar caminho vai levar ao fim da integração económica Europeia. Os extremistas já esfregam as mãos. Os anos 30 do século passado podem estar aí a regressar...

Anónimo disse...

Professor,

Estou obrigado a discordar de si!

Segundo o que li do artigo em causa, e do conhecimento que tenho da conjuntura actual, os norte-americanos não têm moral para alertar ninguém, mas sim o contrário.
Não vamos voltar a discutir a crise internacional de 2008, mas ninguém já duvida de quem são os culpados dessa mesma crise e da sua contaminação. Aliás, tal como o ministro alemão frisou, a economia americana tem de estar seriamente preparada para uma falta de sustentabilidade financeira e económica, pois, apesar de ninguém apertar os americanos para o cumprimentos das suas dívidas, elas existem e têm de ser minimizadas em prol do crescimento económico sustentado e das reais necessidades do welfare state. Ninguém ousa tocar nos norte-americanos porque lá encontram-se os maiores especuladores financeiros e os demais "agentes" interessados na não retoma da actividade económica ou, se quisermos, numa retoma que lhe permita maximizar os seus lucros de mercado.

Por outro lado, os alemães têm TODA a razão da redução dos salários reais dos trabalhadores, até porque se a retoma da actividade económica ainda não é uma realidade tal como nós queríamos, é em muito em causa devido ao desfasamento entre os salários e a produtividade (em Portugal, então, nem se fala...).
Como são medidas manifestamente anti-sociais (e como o campeonato do mundo está prestes a acabar...), então é melhor, de facto, retirar a razão aos alemães.

Face aos "extremistas", esse é o outro lado da moeda democrática, pois se a paciência dos europeus fosse um barril, então esse estaria prestes a chegar ao seu máximo, pois com estes "moderados" já foram perdidos valores sociais, postos de trabalho, tudo isto em prol do sistema capitalista e especulador.

Um grande abraço,

Mário