domingo, julho 18, 2010

Crise na Europa põe em xeque retoma da economia global

(Notícia do Diário Económico)
Os EUA reviram em baixa o PIB de 2010 à custa da crise do euro. A China não valoriza o iuan à custa da crise no euro. Este ano, a Europa ameaça o mundo.


Se fosse um jogo de futebol, o comentário apropriado era o tão célebre "bola cá, bola lá". A crise financeira nasceu nos Estados Unidos e atirou a Europa e o resto do mundo para uma recessão sem precedentes. Agora os desequilíbrios estruturais da zona euro atiraram a Europa para uma crise de financiamento, que por sua vez ameaça a recuperação das restantes economias mundiais.

O director da Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed), Ben Bernanke, já o havia dito: a crise na Europa ia deixar "alguma mossa" na economia americana e, por isso, a Fed reviu em baixa a previsão de crescimento dos EUA para este ano, motivada pela "crise de dívida soberana na Europa, a volatilidade dos mercados e níveis de desemprego elevados", a que se alia ainda um mercado imobiliário que tarda em arrancar. A maior economia mundial vai crescer entre 3 a 3,5% em 2010. "Há um risco de se entrar num ciclo vicioso que pode vir a ser perigoso", comenta Jacques Cailloux, economista-chefe do Royal Bank of Scotland (BRS), sobretudo porque "todos estes problemas voltam a desequilibrar o comércio mundial". Marco Annunziata, do Unicredit concorda e chama a atenção para o impacto psicológico deste ciclo vicioso. "Isto é quase um paradoxo. Apesar da retoma ser muito mais forte nos EUA do que na Europa, a Fed parece agora mais assustada e o BCE cautelosamente mais optimista". O economista diz que o principal problema "virá da procura". É que a recuperação da zona euro "vai depender da procura externa", mas "os outros países também precisam de se reequilibrar" e não serão grande ajuda. Por outro lado, se as economias europeias terão dificuldade em exportar umas para as outras, dificilmente conseguirão direccionar procura para o mercado americano.

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