sexta-feira, abril 09, 2010

Bulgária admite que mentiu para tentar entrar no euro

(Notícia do Diário Económico)
Foram encontradas irregularidades na candidatura da Bulgária à zona euro. A revisão do défice depois da descoberta ascende a 3,7%, o maior da última década.


À semelhança da Grécia, a Bulgária cometeu irregularidades na apresentação das contas públicas. A diferença é que enquanto a Grécia já se encontrava na zona euro, o objectivo da Bulgária era conseguir adoptar a moeda única europeia.

O Governo, que tinha apresentado um défice de 0,8% para 2009, foi obrigado a rever as contas e apresentou agora um saldo negativo de 3,7% do PIB, o maior da última década. É que o executivo búlgaro decidiu não contabilizar algumas das obras públicas efectuadas durante os dois anos anteriores a 2009.

As irregularidades foram admitidas hoje pelo ministro das Finanças e pelo Primeiro-Ministro búlgaros numa conferência de imprensa em Sofia. "Nós, de facto, mentimos aos nossos colegas europeus sobre estarmos preparados para entrar na zona euro, para que não dessem conta desta armadilha", admitiu o primeiro-ministro Boiko Borissov, citado pela Blomberg.

Esta notícia pode, à semelhança do que aconteceu com a Grécia, aumentar a desconfiança dos investidores nos países e na economia da União Europeia.

1 comentário:

rui seybert p ferreira disse...

O Euro é uma criação política. Serve para a Alemanha criar um mercado cativo para as suas exportações, sem correr o perigo de perder a sua competividade via a valorisação da sua moeda com estatuto de moeda resistente à inflacção e para evitar reacções 'de mau perdedor' dos seus mercados.

Serve também aos franceses para garantir estabilidade às suas Repúblicas (das quais já teve algumas) evitando crónicas crises de balança de pagamentos e um consequente domínio político alemão na Europa.

Ora, se políticos sem cultura e formação, aderem ao projecto Euro sem perceberem isto e começarem a pensar que o Euro é uma oportunidade de eternizar ganhos eleitorais com políticas fiscais e orçamentais sem pagar a factura monetária (inflacção e câmbio), estão a sabotear o projecto.

Eu por mim, só acredito em moedas criadas pelo sacrifício do sangue. É só vêr a carnificina que foi a guerra civil americana e no fundo as guerras que houve para estabilizar aquilo que foram antes do Euro os Estados Nação da Europa e as suas respectivas moedas. Já para não falar do sangue decorrido para chegar à moeda (Metical) do país aonde vivo agora (Moçambique).

Não acredito na visão e na cultura dos políticos, por conseguinte não acredito no Euro até a Europa derramar sangue por ele. Até lá o Euro é uma moeda de 'fair weather'.

Um Bill Gates, um banco central chinês ou americano, a rainha de Inglaterra ou qualquer outra pessoa ou instituição com um horizonte de tempo de mais de duas gerações apostam em activos financeiros em Euros? Não; e a resposta é tão simples como esta.