quarta-feira, junho 08, 2016

Brexit: Uma possibilidade real


Nestes dias a Europa está em suspenso da decisão do Reino Unido de ficar ou sair da União Europeia. Curiosamente, os britânicos que nunca apostaram forte nesta Europa, apesar de terem tido em Winston Churchill um defensor e precursor da ideia de Estados Unidos da Europa, tendo mesmo optado por fazer negociações de interesse nacional e mesmo de vistas curtas, como o chamado cheque britânico bem mostrou desde longa data, chegam a este momento com uma razão e legitimidade reforçada, para abanar as decadentes estruturas desta União Europeia em perfeita desagregação e que serve apenas os interesses de alguns, prejudicando fortemente os interesses da maioria dos povos da Europa.

Se o Reino Unido decidir sair, a culpa só pode ser endereçada a péssimos, mesquinhos, incompetentes e gente sem a menor condição para o serviço público que se apoderou das instituições de Bruxelas, liderando desde o final do século passado a burocracia europeia para esta triste realidade.

A ideia de União Europeia continua a ter intactos os seus méritos. No entanto, a prática das instituições europeias precisa de ser profundamente reformulada, com máxima urgência, sob pena de total desagregação de um sonho bonito, que lideranças absolutamente desqualificadas e interesses económicos egoístas estragaram ao ponto em que chegámos.

Com ou sem Brexit este estado da União precisa de ser reflectido e inflectido. Caso contrário será tarde demais.

Deixámos burocratas sem rosto dominarem o processo, a bem de apenas alguns. O resultado está à vista.

Pessoalmente, passei a minha juventude a acreditar que os meus netos viveriam nos Estados Unidos da Europa, ideia generosa, unificadora e aglutinadora do melhor que a Europa tem. Após ganhar, em 2005, um concurso público internacional para ir trabalhar para as instituições comunitárias, verifiquei com perturbadora proximidade o desastre que está montado em Bruxelas. Esta não é a Europa que os verdadeiros líderes da integração europeia nos prometeram. Esta é a Europa da exclusão, dos interesses nacionais dos poderosos contra os fracos e a pior Europa que podíamos ter arranjado.

Temos de mudá-la e muito rapidamente!

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