terça-feira, novembro 06, 2012

OLAE - Previsões Macroeconómicas para PORTUGAL 2013: QUEBRA DO PIB SUPERIOR A 3 POR CENTO


Os principais indicadores e conclusões são:
 
PIB cairá mais de 3 por cento;
 
Meta do défice do Orçamento de Estado é impossível de cumprir;

Desemprego ultrapassará os 17,5%;
 
Inflação superior a 2%;

Existe um risco acrescido de Quebra de Estrutura na Economia Portuguesa.
 
 
Overview das Previsões Macroeconómicas Nacionais para 2013
No seguimento da apresentação da proposta de Orçamento de Estado de 2013 para Portugal, o OBSERVATÓRIO LUSÓFONO DE ACTIVIDADES ECONÓMICAS (OLAE), na qualidade de centro de investigação e prestação de serviços da UNIVERIDADE LUSÓFONA DE HUMANIDADES E TECONOLOGIAS, através do seu GABINETE DE PREVISÃO ECONÓMICA, procede à divulgação das suas atualizações em matéria de previsão macroeconómica para Portugal.
O GABINETE DE PREVISÃO ECONÓMICA do OLAE estima, portanto, uma contração da atividade económica de aproximadamente 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB). A incerteza decorrente do enqudramento externo (principalmente relativas a detriorações nas economias da área do Euro) conduz à adopção de níveis de intervalos de significância, podendo o PIB nacional contrair entre 2,7% e 3,5%. Outro importante fator, que leva a um diferencial nas previsões macroeconómicas de outros organismos e instituições, prende-se com a incerteza política e com o impato das medidas em sede do Memorando de Entendimento com as instituições internacionais. O GABINETE DE PREVISÃO ECONÓMICA adverte os responsáveis pela condução e formulação de política orçamental, em virtude do impato das medidas resultantes do programa de ajustamento financeiro na economia portuguesa no ano de 2012.
Estritamente no panorama orçamental, o GABINETE DE PREVISÃO ECONÓMICA entende que o governo cumpriu as principais metas acordadas para 2012, em sede do Memorando de Entendimento tripartido com as instituições internacionais. Embora o cumprimento do Memorando de Entendimento, salienta-se que os esforços de consolidação orçamental não resultaram no cumprimento previsto para o déficit orçamental. Algumas medidas propostas, a serem aplicadas ao abrigo do
programa de auxílio financeiro, não se concretizaram por via de elevadas pressões sociais, como a redução da Taxa Social Única.

Em matéria da previsão da taxa de desemprego, relativamente à população activa, este deverá atingir os 17,6%, contrariamente ao valor apontado em sede de Orçamento de Estado para 2013. É expectável uma revisão em alta do número de desempregados face ao total da população activa no decorrer do ano de 2013, dada a elevada incerteza no cenário de enquadramento político-económico e, também, de um impacto mais acentuado das medidas de consolidação orçamental no tecido empresarial nacional. O crescimento dos níveis de preços em Portugal deverão manter-se alinhados com o verificado nos anos anteriores, devendo-se a inflação cifrar-se em 2013 nos 2,3%.
As previsões macroeconómicas agora apresentadas têm como base um elevadíssimo grau de incerteza, em virtude do momento excepcional em termos nacional e internacionais. Do ponto de vista interno, o ano de 2013 estará fortemente dependente do desempenho do programa de consolidação orçamental e, por conseguinte, dos objectivos orçamentais acordados. A nível internacional, as previsões macroeconómicas apresentadas para Portugal poderão ser revistas devido à desaceleração da atividade económica mundial, a uma alteração na política económica norte-americana por via das eleições em 2013 e, especialmente, pelo cenário incerto na área do Euro. Neste domínio, o GABINETE DE PREVISÃO ECONÓMICA alerta para a atual situação em outras economias onde já se implementaram programas de auxílio financeiro (Grécia e Irlanda) ou países com dificuldades crescentes de acesso a financiamento através de mercados financeiros (Espanha e Itália). O adiamento de algumas decisões preponderantes, como o caso da criação de uma União Bancária ou a compra direta de dívida pelo Banco Central Europeu, contribuem para o cenário de elevada incerteza na realização de previsões macroeconómicas.
Por fim, uma nota sumária para o facto de o GABINETE DE PREVISÃO ECONÓMICA relembrar, novamente, o imperativo de uma reflexão em torno dos modelos de previsão económica e macroeconómica. Historicamente, em períodos de uma forte contração do produto mundial, os modelos de previsão macroeconómica têm apresentado dificuldade em refletir a problemática do structural break. Urge, portanto, massa crítica neste domínio científico, com o intuito de aproximar os outputs dos modelos de previsão macroeconómica à realidade de uma quebra de estrutura nos países da área do Euro, onde vigoram programas de auxílio financeiro.

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