terça-feira, novembro 13, 2012

Inevitavelmente a maior greve geral pós-25 de Abril de 1974.


O dia 14 de Novembro de 2012 registará a maior greve geral do período após o 25 de Abril de 1974. Pessoalmente, não partilho de nenhuma espécie de entusiasmo por greves gerais, nem por este tipo de demonstrações de força política. No entanto, as condições económicas e sociais extremamente gravosas para a generalidade do povo Português, potenciadas pela persecução e insistência numa política económica absolutamente errada e altamente destruidora de valor, criaram o caldo de cultura para a instabilidade social e política, que pode a todo o momento degenerar colocando em causa a própria democracia. Inevitavelmente, milhares de Portugueses que nunca fizeram greve e insuspeitos de simpatias comunistas irão participar numa greve geral promovida pela CGTP. A Intersindical bem pode agradecer aos erros do governo e à política de austeridade inconsistente e que está a gerar uma crise impossível de ser superada por esta via, os grevistas adicionais que se juntarão aos habitués das greves e manifestações. Para a CGTP é um autêntico milagre ter um governo que lhe atira os Portugueses para o colo.

Assim, nem vale a pena o governo dar-se ao trabalho de entrar numa guerra de números para demonstrar que apenas 10% dos trabalhadores fizeram greve. Mesmo que esse seja o número real de grevistas também será certo que quase a totalidade dos restantes Portugueses estão contra o governo e contra a política seguida. Pior, apesar dos sacrifícios, quanto mais os Portugueses se sacrificam, maior é o défice das contas públicas porque a economia está a desaparecer, substituída por desemprego astronómico, falências em números nunca vistos e regresso à economia paralela. Enfim, um desastre completo que, trará uma das maiores transferências de riqueza da nossa história económica. A classe média irá praticamente desaparecer e a riqueza ficará muito mais concentrada nas mãos de meia dúzia. Por outro lado, o tecido produtivo será arrasado de forma irreversível por muitos e longos anos.

Assim, é urgente mudar a política e influenciar a Europa para nos permitir evitar este desastre. Não será com figuras de “bom aluno” que seremos poupados. Temos de impor as nossas condições. Outros países fizeram-no com sucesso.

Quanto maior o sucesso da greve geral, maior a representação desgraçada da depauperada economia nacional e da governação impreparada e inapta que nos calhou.

Mais um dia infeliz para Portugal.

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