sábado, outubro 09, 2010

Défice externo português será o maior da Europa em relação ao PIB

(Notícia do Jornal EXPRESSO)
Segundo as estimativas do FMI. o défice externo em 2011 baixará ligeiramente mas manter-se-á em 9,2% do Produto Interno Bruto. O caso mais grave em 32 países da Europa analisados pelo World Economic Outlook.

A radiografia portuguesa para 2011, ontem apresentada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) no seu 'World Economic Outlook ', revela a conjugação de três tendências negativas particularmente preocupantes:


a) O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) passará de positivo em 2010 para estagnado (0%) ou sofrerá uma contração de 1,4% re-entrando em recessão (se forem tomadas em linha de conta as medidas anunciadas no último pacote de austeridade); a confirmar-se este cenário pessimista, apenas dois países na Europa apresentarão recessões: Grécia (-2,6%) e Portugal (-1,4%); a Espanha conseguirá passar de uma situação de recessão, este ano, para um crescimento ligeiramente positivo (0,7%);

b) O défice externo português melhora ligeiramente de 10% do PIB em 2010 para 9,2%; mas será o mais elevado em 32 países europeus monitorizados pelo FMI; a Grécia que, em 2010, apresentou um défice externo de 10,8% do PIB (superior ao português) conseguirá reduzi-lo mais acentuadamente para 7,7%;

c) O desemprego em Portugal aumentará de 10,7% em 2010 para 10,9% (sem contabilizar, ainda, os efeitos do pacote de austeridade); neste campo, apesar do agravamento, continuaremos muito abaixo de Espanha (19,3%), Países Bálticos (acima de 16%), Grécia (14,6%), Irlanda (13%) e Eslováquia (12,7%).

Conjugação internacional desfavorável

Esta conjuntura portuguesa em 2011 ocorrerá num ano em que poderá observar-se uma outra conjugação de diversas tendências mundiais com efeitos negativos, atendendo ao que refere o 'World Economic Outlook'.

Em síntese, segundo o FMI, observa-se: 1) a possibilidade de uma concentração de vulnerabilidades na zona euro e na União Europeia que transformam esta região no foco de atenção; 2) uma desaceleração do crescimento da economia mundial, com destaque para o Brasil e os "tigres asiáticos"; 3) um impacto ainda mais grave na desaceleração do aumento do comércio mundial; e 4) a continuação de um grave problema no sistema bancário mundial, que enfrentará um novo período de necessidades de refinanciamento de dívidas que chegam à maturidade nos próximos 24 meses na ordem de 4 biliões de dólares.

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