terça-feira, agosto 03, 2010

Bancarrota na zona euro, por que não?

(Notícia do Diário Económico)
Os países da zona euro deviam poder entrar em bancarrota para não obrigar os países mais pobres pagar pelos erros dos outros, defende a Eslováquia.


"Lá porque um país entra em bancarrota, isso não devia afectar o futuro da zona euro", disse hoje Ivan Miklos, ministro das Finanças da Eslováquia.

"Pelo contrário, se não mudarmos as regras, se, pelo menos indirectamente, apoiarmos este perigo moral no futuro, receio que a Europa possa ficar debaixo de uma séria ameaça", disse o ministro numa entrevista à Bloomberg.

O Governo da Eslováquia, um dos 16 países que compõem a zona euro, opõe-se à contribuição de 110 mil milhões de euros que estes países vão fazer para ajudar as finanças da Grécia, o país que tem uma dívida pública e um défice mais elevado, e que é obrigado a pagar as taxas de juro mais elevadas na Europa.

Os comentários de Miklos alinham-no com a posição defendida pela chanceler alemã, Angela Merkel, que propôs mecanismos para uma saída pacífica da zona euro dos países que não consigam cumprir os seus compromissos, numa altura em que a União Europeia debate a criação de sanções mais duras para os países que violem as regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento.

A oposição da Eslováquia não foi, no entanto, suficiente para impedir a entrega de 20 mil milhões de euros do pacote de ajuda que a União Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional desenharam para ajudar a Grécia, que enfrentou um desequilíbrio das contas públicas de 13,6 por cento, no ano passado.

Na base da discordância, explica o ministro das Finanças, está o facto de a Eslováquia, o país mais pobre da zona euro, ser forçada a contribuir com o equivalente a 1,3% da produção económica, ao passo que o Luxemburgo, o país mais rico da zona euro, ir contribuir com 0,6%.

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