Como sabem todos os que nos acompanham regularmente e em
especial os leitores do relatório Angola Outlook 2016 do OLAE, a economia
angolana atravessa uma crise profunda e encontra-se em grave risco de chegar a
um momento de crise financeira aguda, em que todo o funcionamento económico do
país poderá ficar descontrolado, o que significaria efeitos muito mais graves
que os actualmente sentidos no país. No entanto, a nossa leitura sobre o
recente pedido de ajuda do governo do país ao FMI – Fundo Monetário
Internacional, centra-se nesta decisão como sendo parte apenas de uma
estratégia negocial do país, face à China, pois acreditamos que Angola estará
necessitada de uma abordagem que apenas a China poderá oferecer e que as
condições que o FMI verdadeiramente imporia para avançar com um resgate a sério
seriam inaceitáveis pelo governo do país, pois colocaria em causa o próprio
papel da elite dirigente. Assim, acreditamos que Angola pretendeu apenas
mostrar à China que terá alternativas e posicionar-se melhor para a inevitável
negociação com os chineses, que são negociadores fortíssimos e que aproveitarão
inexoravelmente as fragilidades de Angola, para ganharem vantagens de longo
prazo.
No entanto, Angola necessitará de ganhar novo folego nos
próximos meses e a menos que o preço do petróleo oferecesse uma ajuda, na qual
não acreditamos, os próximos meses obrigarão os governantes angolanos a
tomarem decisões essenciais para o futuro.
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