O Orçamento de Estado para 2016 destaca-se não por
introduzir riscos acrescidos de incumprimento perante os credores
internacionais, ou de apresentar défice acima do previsto, mas acima de tudo
por mudar as opções políticas e sociais, favorecendo os mais pobres e a classe
média, penalizando os mais ricos (em especial os donos do capital, fundos de
investimento imobiliário e a banca), precisamente ao contrário das opções
políticas do anterior governo, que sistematicamente esmagaram os mais pobres e
empobreceram a classe média, fazendo-os perder empregos, levando milhares de
empresas à falência e ao fecho e obrigando centenas de milhares de portugueses
a emigrarem.
Os objectivos para o défice do saldo orçamental, no final de
2016, poderão ser cumpridos, ou não, mas isso não depende em nada desta clara
opção política por defender os mais fracos. Provavelmente, os valores cobrados
com os impostos serão equivalentes aos que seriam cobrados com a coligação de
direita no governo. A diferença está nos contribuintes e no esforço que terão
de fazer. Parece que, para variar, desta vez não serão os mesmos de sempre a
pagarem a conta sozinhos.
Assim, só posso estar de acordo com as opções políticas do atual
governo e apoiar as decisões de política económica agora apresentadas.
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