(Notícia do Jornal EXPRESSO)
Segundo as estimativas do FMI. o défice externo em 2011 baixará ligeiramente mas manter-se-á em 9,2% do Produto Interno Bruto. O caso mais grave em 32 países da Europa analisados pelo World Economic Outlook.A radiografia portuguesa para 2011, ontem apresentada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) no seu 'World Economic Outlook ', revela a conjugação de três tendências negativas particularmente preocupantes:
a) O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) passará de positivo em 2010 para estagnado (0%) ou sofrerá uma contração de 1,4% re-entrando em recessão (se forem tomadas em linha de conta as medidas anunciadas no último pacote de austeridade); a confirmar-se este cenário pessimista, apenas dois países na Europa apresentarão recessões: Grécia (-2,6%) e Portugal (-1,4%); a Espanha conseguirá passar de uma situação de recessão, este ano, para um crescimento ligeiramente positivo (0,7%);
b) O défice externo português melhora ligeiramente de 10% do PIB em 2010 para 9,2%; mas será o mais elevado em 32 países europeus monitorizados pelo FMI; a Grécia que, em 2010, apresentou um défice externo de 10,8% do PIB (superior ao português) conseguirá reduzi-lo mais acentuadamente para 7,7%;
c) O desemprego em Portugal aumentará de 10,7% em 2010 para 10,9% (sem contabilizar, ainda, os efeitos do pacote de austeridade); neste campo, apesar do agravamento, continuaremos muito abaixo de Espanha (19,3%), Países Bálticos (acima de 16%), Grécia (14,6%), Irlanda (13%) e Eslováquia (12,7%).
Conjugação internacional desfavorável
Esta conjuntura portuguesa em 2011 ocorrerá num ano em que poderá observar-se uma outra conjugação de diversas tendências mundiais com efeitos negativos, atendendo ao que refere o 'World Economic Outlook'.
Em síntese, segundo o FMI, observa-se: 1) a possibilidade de uma concentração de vulnerabilidades na zona euro e na União Europeia que transformam esta região no foco de atenção; 2) uma desaceleração do crescimento da economia mundial, com destaque para o Brasil e os "tigres asiáticos"; 3) um impacto ainda mais grave na desaceleração do aumento do comércio mundial; e 4) a continuação de um grave problema no sistema bancário mundial, que enfrentará um novo período de necessidades de refinanciamento de dívidas que chegam à maturidade nos próximos 24 meses na ordem de 4 biliões de dólares.
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