quarta-feira, setembro 16, 2015

Refugee crisis: Angela Merkel calls for a special European Union summit

German chancellor Angela Merkel calls for a special European Union summit next week to discuss the continent’s migration crisis. Speaking on Tuesday, Merkel says the idea is not to discuss so-far stalled plans for a redistribution of refugees around the EU, which is being handled by EU interior ministers. Instead, they will focus on how to speed up the construction of refugee camps known as ‘hot spots’ in Greece and Italy to register incoming refugees.

segunda-feira, setembro 14, 2015

UNHCR urges full and swift implementation of European Commission proposals on refugee crisis

The UN refugee agency today welcomed the European Commission's proposals unveiled on Wednesday to address the current refugee crisis in Europe. "Given the urgency of the situation, these proposals need to be implemented fully and swiftly," UNHCR spokesperson William Spindler told a press briefing in Geneva.
The proposed relocation scheme for 160,000 refugees from Greece, Italy and Hungary would go a long way to address this crisis, he said. "Our initial estimates indicate even higher needs, but the focus must now be on ensuring that all Member States take part in this initiative, and that it is swiftly implemented." When relocating refugees, he added, their needs, preferences and specific qualifications should be taken into account to the extent possible.
The relocation scheme can only succeed, UNHCR said in a related statement outlining its own proposals, if it is accompanied by large-scale emergency reception, assistance and registration efforts in the countries most impacted by arrivals, particularly Greece, Hungary and Italy. To support these countries, UNHCR is calling on the EU to mobilize its asylum, migration, and civil protection agencies and mechanisms, including the resources of Member States, with the support of UNHCR, IOM and civil society.
"When disembarking in Europe or entering the European Union," Spindler told reporters, "refugees must find a welcoming environment and immediate response to their basic needs."
UNHCR welcomes the reference to opening legal channels for migration and encourages Member States to expand these legal avenues for refugees, through enhanced resettlement and humanitarian admission, family reunification, humanitarian visas, and other schemes. With more legal alternatives to reach safety in Europe, fewer people in need of international protection will be forced to resort to smugglers and undertake dangerous irregular journeys.
While calling for strong measures to be taken against people traffickers and smugglers, UNHCR insisted that the management of borders needs to be consistent with national, EU and international law, including guaranteeing the right to seek asylum.
UNHCR supports States implementing effective return policies for individuals found not to have a valid protection claim and who cannot benefit from alternative legal means to regularise their stay. "These people should be assisted to return quickly to their home countries, in full respect of their human rights," Spindler said.
UNHCR is pleased to see a reference in the Commission's proposals to the critical need to address the root causes of forced displacement around the world. A comprehensive response to refugee situations needs diplomacy, political will, and concerted action for the prevention, as well as resolution, of conflicts that force people to move. Greater investment in conflict prevention and resolution as well as durable solutions should therefore form an integral part of Europe's comprehensive approach to addressing forced displacement.
Efforts to address the root causes of the refugee crisis should include increased funding for humanitarian assistance to refugees and economic support to hosting countries, most notably around Syria, Iraq, Afghanistan, Eritrea and Somalia.
UNHCR is already ramping up its capacity in all countries affected by the current refugee flows and is ready to fully support all measures by the European Union in effectively responding to the present crisis.

http://www.unhcr.org/55f2dafc6.HTML

sábado, outubro 18, 2014

A ficção criada pelo governo grego termina em pesadelo: Entrevista MUITO INTERESSANTE E IMPORTANTE PARA COMPREENDER O QUE SE PASSA NA GRÉCIA do economista grego e professor da Universidade do Texas, Yanis Varoufakis. Semelhanças com o caminho que Portugal está a percorrer são muito mais que pura coincidênca!

(Entrevista de

O economista grego Yanis Varoufakis, atualmente professor convidado na Universidade do Texas, diz que "a estratégia de propaganda" de Atenas, Berlim e Frankfurt sobre uma "retoma grega" sucumbiu. Diz que a Grécia precisa de um governo que negocie efetivamente no  Conselho Europeu e no Eurogrupo, e "não que implore".

A Grécia regressou esta semana à ribalta dos mercados financeiros. Pelas piores razões, tal como em 2010 e no final de 2011.

Muitos analistas financeiros voltaram a falar esta semana de "contágio grego" na zona euro, mas o economista grego Yanis Varoufakis, em entrevista ao Expresso, acha que este desenlace era inevitável. Porque a estratégia de propaganda da "retoma grega" haveria de rebentar mais tarde ou mais cedo e porque a crise voltaria a subir à superfície dos mercados financeiros europeus, depois de ter andado a fazer estragos na economia real de toda a zona euro durante quase três anos, explica o professor de Economia Política da Universidade de Atenas, atualmente professor visitante na Lyndon B. Johnson School of Public Affairs, da Universidade do Texas em Austin, nos Estados Unidos.

Varoufakis acha que a Grécia precisa de um governo que negocie efetivamente no Conselho Europeu e no Eurogrupo, e "não que implore". E essa possibilidade só a antevê com novo governo depois de eleições legislativas antecipadas, onde as sondagens indicam que o partido de oposição Syriza deverá ganhar. Varoufakis com outros dois académicos, o norte-americano James K. Galbraith e o britânico Stuart Holland (que ensina na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra), tem defendido o que designa de "proposta modesta" de resolução das crises da dívida soberana na zona euro. O economista grego escreve diariamente num blogue que tem por mote "Pensamentos para um mundo pós-2008".

 

A ficção da "saída limpa"
O turbilhão recente foi gerado pela ficção alimentada pelo governo de Atenas em copiar uma saída "limpa" do programa de resgate em 2015, uma estratégia avançada por razões de combate político interno. Na sexta-feira, o primeiro-ministro Antonis Samaras acabou por admitir, em Milão, que uma opção diferente, por um programa cautelar, está em cima da mesa nas negociações com a troika. Samaras vai, assim, ao encontro da opinião de Christine Lagarde, a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), que se pronunciou recentemente pela adesão da Grécia a uma linha de crédito de precaução.

O efeito das manobras políticas do governo conservador-socialista em Atenas, conjugado com a desconfiança sobre o futuro macroeconómico da zona euro, foi desastroso.

No mercado bolsista europeu, o índice de volatilidade relacionado com o Eurostoxx 50 atingiu um pico de 35,72 euros no dia 16 de outubro, um máximo nos últimos dois anos. O índice da volatilidade é alcunhado como o "índice do medo", um indicador de pânico financeiro. No mercado da dívida soberana da zona euro assistiu-se a uma subida generalizada das yields da dívida obrigacionista dos periféricos que só foi estancada na sexta-feira.

Em termos domésticos, o índice da bolsa de Atenas já caiu 20% desde o início do ano. Só esta semana quebrou 7,4%. As yields das obrigações gregas a 10 anos reestruturadas em 2012 dispararam para próximo de 9%, distante do mínimo, desde o resgate, de 5,48% registado em setembro. A rentabilidade nas últimas 52 semanas de toda a dívida obrigacionista grega caiu de mais de 60% em agosto para um mínimo de 8,96% no dia 16. Desde o início de outubro, a rentabilidade mensal está em terreno negativo, em quase -10%. A probabilidade de entrada em incumprimento da dívida grega regressou ao patamar dos 40%, com o custo dos credit default swaps que seguram a dívida a cinco anos a ultrapassar os 725 pontos base. A dívida grega de longo prazo continua a ser considerada altamente especulativa - muitíssimo mais especulativa do que a portuguesa - por parte das três principais agências mundiais de rating.

No plano político, uma sondagem da GPO para a Mega TV, divulgada no dia 14, caiu como uma bomba em Atenas. O partido de oposição Syriza ganhava por uma margem de 6,5 pontos percentuais em intenções de voto, no caso de eleições legislativas antecipadas no final do primeiro trimestre de 2015, em relação ao Nova Democracia, o partido que lidera a atual coligação.

 

Uma estratégia do governo alemão e do BCE que falhou

P: O que é que correu mal na Grécia nos últimos meses para desembocar nesta semana negra?

R: Em abril, eu alertei para o que se estava a passar. Quando o Tesouro grego regressou aos mercados de capitais pela primeira vez em quatro anos com uma muito concorrida emissão de dívida a cinco anos pagando uma taxa média de remuneração muito baixa de 4,9%, eu escrevi que estava a acontecer uma divergência de curto prazo entre o valor dos papeis financeiros gregos - tanto obrigações como ações - e a economia real grega. Essa divergência estava a ser gerada por Berlim, Frankfurt e Atenas pura e simplesmente para fins de propaganda, para alimentar a ficção da "retoma grega", o que, em inglês, então se parodiou como "Greek-covery".

P: Uma ficção?

R: Sim. Berlim, Frankfurt e Atenas estavam a tentar fazer passar a ideia de uma "retoma grega" inflacionando duas "bolhas" em simultâneo. Uma no mercado da dívida soberana, criando a ideia junto dos investidores que Berlim [o governo alemão] e Frankfurt [o Banco Central Europeu] suportavam estas obrigações. E outra no mercado das ações dos bancos gregos. O Banco Central da Grécia criou a ideia de que os reguladores, incluindo o Banco Central Europeu (BCE), continuariam a fechar os olhos aos buracos na contabilização dos ativos dos bancos. O que aconteceu, agora, é que estas duas bolhas estoiraram.

P: Como é que isso aconteceu?

R: A primeira "bolha" a rebentar foi no mercado bolsista. O gatilho foi o anúncio pelo BCE de que não consideraria como Tier 1 determinadas garantias dadas pelo governo de Atenas aos bancos e que somavam 9 mil milhões de euros. As ações dos bancos colapsaram, arrastando com elas o restante. Logo, depois, o governo passou a ideia de que estava a preparar uma emissão de bilhetes de Tesouro para injetar nos bancos uma quantia similar. Os mercados financeiros encararam-no como um movimento desesperado de um Estado insolvente tentando aumentar a sua dívida em mais 9 mil milhões de euros, no fundo, para salvar bancos defuntos.

P: E o que se passou com a ideia de "copiar" as "saídas limpas" da Irlanda e de Portugal?

R: Essa ficção de que a Grécia estava à beira de sair do programa de resgate foi enterrada por Christine Lagarde numa declaração em Washington DC [em que desaconselhou uma saída à irlandesa e se mostrou favorável a um programa cautelar] e, em particular, pela sua decisão de não reunir mais do que 20 minutos com uma delegação grega, incluindo o ministro das Finanças e o governador do banco central.

P: Qual foi o impacto desses desenvolvimentos?

R: Ajudaram a derrubar a estratégia do governo para recuperar a liderança nas sondagens de opinião, especialmente tendo em conta os mais recentes resultados de intenções de voto que indicam que o partido esquerdista Syriza está a ampliar a sua vantagem em relação à Nova Democracia [o partido de Samaras que lidera a coligação conservadora-socialista].

P: O que é que pesa mais nos ziguezagues do "sentimento" dos investidores financeiros em relação à Grécia, o aumento do que designam por risco político interno, ou a perceção negativa sobre a situação global da zona euro?

R: O "mergulho" grego tem, naturalmente, de ser analisado no contexto de uma situação desoladora, global, na Europa, e, também, tendo em conta uma situação superinflacionada nas bolsas do outro lado do Atlântico, engendrada pelo quantitative easing [da Reserva Federal norte-americana]. No entanto, apesar das bolsas por todo o mundo terem tido uma má semana e do pessimismo se ter espalhado, o caso grego é especial.

P: Porquê?

R: As obrigações gregas foram inflacionadas de propósito por Berlim e Frankfurt numa tentativa de declarar "vitória" sobre a crise grega. A ideia era argumentar que "se até a insolvente Grécia está melhor, a crise da zona euro deve ter acabado".

 

Sobre o risco político

P: E quanto ao risco político?

R:  Bom, creio que se está a referir à probabilidade crescente de um governo liderado pelo Syriza.

P: É o que os investidores e analistas financeiros dizem temer...

R: Primeiro que tudo, deixe-me dizer que há algo de errado quando a subida nas sondagens de um partido legítimo e europeísta é descrita como "risco político crescente".

P: E não é?

R: Na realidade, o que a subida do Syriza representa é um risco crescente para um acordo de resgate insustentável e para umas "bolhas" que a liderança europeia está a alimentar de modo a permanecer em negação. Além do mais, a sua pergunta pressupõe uma causalidade que está errada.

P: Em que sentido?

R: Não foi a subida do Syriza que gerou o pânico entre os investidores e que levou ao colapso da estratégia da "retoma grega". Foi ao contrário: foi o estoiro dessa bolha que fez naufragar a estratégia do governo, fez entrar em pânico os investidores e, como resultado final, deu um impulso ao Syriza.

P: Podemos falar de "contágio grego" nos mercados financeiros da zona euro, como no final de 2011?

R: Sim e não. Na realidade, a crise do euro nunca se foi embora. O que aconteceu é que as intervenções hábeis de Mario Draghi [o presidente do BCE] no verão de 2012 suprimiram a crise nos mercados obrigacionistas. Mas, ao mesmo tempo, empurraram-na ainda mais para as fundações da economia real.

P: Então, os mercados da zona euro estão a ser vítimas da própria estratégia seguida na área da moeda única?

R: Era inevitável. À medida que a crise fazia naufragar essas fundações da economia real - com tendências deflacionistas, níveis desesperadamente baixos de investimento público e privado, e rácios de dívida em relação ao PIB cada vez mais elevados na periferia -, a crise haveria de voltar à superfície nos mercados obrigacionistas e de ações. Não interessa se o gatilho é a Grécia, ou Portugal, ou a Itália. O que conta é a sua inevitabilidade.

P: A probabilidade de eleições antecipadas na Grécia é elevada?

R: Será, de facto, uma grande surpresa se este Parlamento conseguir eleger o Presidente da República em fevereiro próximo. São necessários 180 votos num total de 300 deputados. Se não for possível, terão de haver eleições legislativas antecipadas. No caso de ocorrerem, o Syriza, com toda a probabilidade, ganhará, ainda que seja difícil que consiga uma maioria.

P: E quais seriam as consequências?

R: O pior resultado será um período prolongado de negociações que desembocará em novas eleições - que foi, deixe-me recordar, o que aconteceu em maio e junho de 2012.

P: Qual será a melhor solução a seu ver?

R: O meu ponto de vista é que o resultado ótimo é que quanto mais rápido o Syriza forme governo, e quanto mais cedo esse novo governo renegocie os termos e condições do resgate, melhor para a Grécia e a Europa. Algo tem de acabar com a inércia atual.

P: A Grécia pode mesmo "sair à irlandesa" do resgate em 2015? Ou essa pretensão foi uma mera jogada do primeiro-ministro Samaras para consumo interno?

R: Foi sempre uma jogada eleitoral para Samaras se pintar como o líder heroico que, tal como Moisés, conduzirá a nação para a Terra Prometida, saindo do ... Resgatão.

 

A tripla insolvência grega

P: E quanto ao modo "técnico" de sair do resgate?

R: Na realidade, pouco conta se a Grécia conseguirá uma linha cautelar, se acabará por cair sob a tutela do OMT [o programa de Transações Monetárias Diretas do BCE]  de Draghi, ou se conseguirá mais um empréstimo do Mecanismo Europeu de Estabilidade.

P: O que conta, então?

R: O facto de a Grécia estar, agora, presa pelos agrafos de uma tripla insolvência - de um estado, do sistema bancário e do sector privado. Nos últimos três anos, estas insolvências estiveram camufladas debaixo de várias linhas de crédito que não resolveram o problema. Na realidade, ainda o tornaram pior. Até que surja uma abordagem a esta tripla insolvência, tudo o que a Europa e o FMI fizerem permanecerá sob o reino de uma cortina de fumo.

P: Mas, no final, o BCE e a nova Comissão Europeia chefiada por Jean-Claude Juncker, não acabarão por fazer "tudo o que for preciso" para segurar a Grécia no euro?

R: Eles gostarão de manter essa promessa.

P: Mas...

P: Juncker não tem o poder para fazer a diferença e o papel do BCE está severamente circunscrito. A sorte da Grécia, e da zona euro, será decidida a nível do Conselho Europeu e do Eurogrupo fruto de negociação política. Mas para que isso aconteça precisamos de um governo na Grécia que queira negociar - e não implorar. É, por isso que acredito que eleições antecipadas - e um Syriza decidido - será uma boa saída para a Grécia e para a Europa.

terça-feira, novembro 12, 2013

Para melhor compreensão da falta de futuro em Portugal.

Hoje não vos trago previsões macroeconómicas, nem análises ao desastre económico nacional e ao empobrecimento colectivo. Deixo-vos um texto que um antigo aluno me enviou, no âmbito de uma conversa privada, mas que merece uma leitura atenta, pela análise sentida na pele de quem vê o futuro do país comprometido, que é como quem diz o futuro da geração mais qualificada e preparada que Portugal já produziu.

“Infelizmente, concordamos ambos neste sentido. Esta sociedade não tem futuro nos moldes atuais, a curto prazo como referiu e bem, e a longo prazo, infelizmente.

Sinceramente, talvez por ser de uma geração mais nova (1980), sinto-me totalmente descrente e desmoralizado quanto a qualquer situação viável para o meu País, e a cada dia que passa procuro mais intensamente soluções profissionais fora de Portugal, na expetativa de poder trazer valor acrescentado para uma organização que, n.º1 me valorize enquanto profissional que deseja crescer e ser produtivo e n.º2 esteja consciente do valor que pode vir a extrair do meu trabalho para a própria empresa assim como para a sociedade onde se insere. Julgo que eu seja um bom exemplo do que é o sentimento geral de jovens profissionais dentro da minha faixa etária, e que me recordo do Professor dizer em variadas ocasiões: “vão, e já não voltam” (!).

Mas voltando ao futuro deste país, a 3 ou a 30 anos, concordo com a bancarrota. Concordo em assumir a responsabilidade dos erros passados e pensar um plano sustentado de crescimento para os tais 30/40 anos. Tenho é muito medo de quem o desenharia e pior ainda, dos seus executantes.
Infelizmente sabemos que não será esse o caminho, por falta de capacidades humanas a nível emocional, em fazer arder o pouco que resta da nossa casa, para voltar a construir uma nova.
Entraremos como referiu, num longo e mais prolongado definhamento. E não estaremos sós.

Continuando assim, a crise de crédito veio para ficar, na minha opinião. A falta de investimento é global (ex.: EUA têm nível de investimento público ao nível da II Guerra Mundial, pasme-se) e Portugal o que se sabe. A falta de confiança é óbvia. Acabaram os estadistas. O declínio do sector de serviços na minha opinião será igualmente prolongado. E a exportarmos gerações inteiras altamente qualificadas, o gap será cada vez maior.
E voltando à questão demográfica inicial, sinto-me enganado, sempre que vejo os impostos aumentarem, não pelos impostos em si mesmos, mas para sustentar pensões exponenciais. Quem tem 30 anos agora, sabe que descontará cada vez mais, e receberá cada vez menos. Não é muito encorajador este cenário. “

sexta-feira, junho 21, 2013

Brasil: Para compreender a revolta...


A professora Martha de Freitas Azevedo Pannunzio, de 74 anos, é de Uberlância. Ela escreveu uma carta para a presidente Dilma que foi entregue em mãos. Vale a pena ler. É a voz de quem não se cala e não consente.

BRASIL CARINHOSO
Bom dia, dona Dilma!
Eu também assisti ao seu pronunciamento risonho e maternal na véspera do Dia das Mães. Como cidadã da classe média, mãe, avó e bisavó, pagadora de impostos escorchantes descontados na fonte no meu contracheque de professora aposentada da rede pública mineira e em cada Nota Fiscal Avulsa de Produtora Rural, fiquei preocupada com o anúncio do BRASIL CARINHOSO.

Brincando de mamãe Noel, dona Dilma? Em ano de eleição municipalista? Faça-me o favor, senhora presidentA! É preciso que o Brasil crie um mecanismo bastante severo de controle dos impulsos eleitoreiros dos seus executivos (presidente da república, governador e prefeito) para que as matracas de fazer voto sejam banidas da História do Brasil.

Setenta reais per capita para as famílias miseráveis que têm filhos entre 0 a 06 anos foi um gesto bastante generoso que vai estimular o convívio familiar destas pessoas, porque elas irão, com certeza, reunir sob o mesmo teto o maior número de dependentes para engordar sua renda. Por outro lado mulheres e homens miseráveis irão correndo para a cama produzir filhos de cinco em cinco anos. Este é, sem dúvida, um plano quinquenal engenhoso de estímulo à vagabundagem, claramente expresso nas diversas bolsas-esmola do governo do PT.

É muito fácil dar bom dia com chapéu alheio. É muito fácil fazer gracinha, jogar para a plateia. É fácil e é um sintoma evidente de que se trabalha (que se governa, no seu caso) irresponsavelmente.

Não falo pelos outros, dona Dilma. Falo por mim. Não votei na senhora. Sou bastante madura, bastante politizada, sobrevivente da ditadura militar e radicalmente nacionalista. Eu jamais votei nem votarei num petista, simplesmente porque a cartilha doutrinária do PT é raivosa e burra. E o governo é paternalista, provedor, pragmático no mau sentido, e delirante. Vocês são adeptos do quanto pior, melhor. São discricionários, praticantes do bullying mais indecente da História do Brasil.

Em 1988 a Assembleia Nacional Constituinte, numa queda-de-braço espetacular, legou ao Brasil uma Carta Magna bastante democrática e moderna. No seu Art. 5º está escrito que todos são iguais perante a lei*. Aí, quando o PT foi ao paraíso, ele completou esta disposição,
enfiando goela abaixo das camadas sociais pagadoras de imposto seu modus governandi a partir do qual todos são iguais perante a lei, menos os que são diferentes: os beneficiários das cotas e das bolsas-esmola.

A partir de vocês. Sr. Luís Inácio e dona Dilma, negro é negro, pobre é pobre e miserável é miserável. E a Constituição que vá para a pqp.

Vocês selecionaram estes brasileiros e brasileiras, colocaram-nos no tronco, como eu faço com o meu gado, e os marcaram com ferro quente, para não deixar dúvida d e que são mal-nascidos. Não fizeram propriamente uma exclusão, mas fizeram, com certeza, publicamente, uma apartação étnica e social. E o PROUNI se transformou num balcão de empréstimo pró escolas superiores particulares de qualidade bem duvidosa, convalidadas pelo Ministério de Educação.

Faculdades capengas, que estavam na UTI financeira e deveriam ter sido fechadas a bem da moralidade, da ética e da saúde intelectual, empresarial, cultural e política do País. A Câmara Federal endoidou?
O Senado endoidou? O STJ endoidou? O ex-presidente e a atual presidentA endoidaram? Na década de 60 e 70 a gente lutou por uma escola de qualidade, laica, gratuita e democrática. A senhora disse que estava lá, nesta trincheira, se esqueceu disto, dona Dilma?
Oi, por favor, alguém pare o trem que eu quero descer!

Uma escola pública decente, realista, sintonizada com um País empreendedor, com uma grade curricular objetiva, com professores bem remunerados, bem preparados, orgulhosos da carreira, felizes, é disto que o Brasil precisa. Para ontem. De ensino técnico, profissionalizante.

Para ontem. Nossa grade curricular é tão superficial e supérflua, que o aluno chega ao final do ensino médio incapaz de conjugar um verbo, incapaz de localizar a oração principal de um período composto por coordenação. Não sabe tabuada. Não sabe regra de três. Não sabe calcular juros. Não sabe o nome dos Estados nem de suas capitais.
Em casa não sabe consertar o ferro de passar roupa. Não é capaz de fritar um ovo. O estudante e a estudantA brasileiros só servem para prestar vestibular, para mais nada. E tomar bomba, o que é mais triste.

Nossos meninos e jovens leem (quando leem), mas não compreendem o que leram. Estamos na rabeira do mundo, dona Dilma. Acorde! Digo isto com conhecimento de causa porque domino o assunto. Fui a vida toda professora regente da escola pública mineira, por opção política e ideológica, apesar da humilhação a que Minas submete seus professores. A educação de Minas é uma vergonha, a senhora é mineira (é?), sabe disto tanto quanto eu. Meu contracheque confirma o que estou informando.

Seu presente para as mães miseráveis seria muito mais aplaudido se anunciasse apenas duas decisões: um programa nacional de planejamento familiar a partir do seu exemplo, como mãe de uma única filha, e uma escola de um turno só, de doze horas. Não sabe como fazer isto? Eu ajudo. Releia Josué de Castro, A GEOGRAFIA DA FOME. Releia Anísio Teixeira. Releia tudo de Darcy Ribeiro. Revisite os governos gaúcho e fluminense de seu meio-conterrâneo e companheiro de PDT, Leonel Brizola. Convide o senador Cristovam Buarque para um café-amigo, mesmo que a Casa Civil torça o nariz. Ele tem o mapa da mina.

A senhora se lembra dos CIEPs? É disto que o Brasil precisa. De escola em tempo integral, igual para as crianças e adolescentes de todas as camadas, miseráveis ou milionárias. Escola com quatro refeições diárias, escova de dente e banho. E aulas objetivas, evidentemente.
Com biblioteca, auditório e natação. Com um jardim bem cuidado, sombreado, prazeroso. Com uma baita horta, para aprendizado dos alunos e abastecimento da cantina. Escola adequada para os de zero a seis, para estudantes de ensino fundamental e para os de ensino médio, em instalações individuais para um máximo de quinhentos alunos por prédio. Escola no bairro, virando a esquina
de casa. De zero a dezessete anos. Dê um pulinho na Finlândia, dona Dilma. No aerolula dá pra chegar num piscar de olhos. Vá até lá ver como se gerencia a educação pública com responsabilidade e resultado. Enquanto os finlandeses amam a escola, os brasileiros a depredam. Lá eles permanecem. Aqui a evasão é exorbitante.

Educação custa caro? Depende do ponto de vista de quem analisa.
Só que educação não é despesa. É investimento. E tem que ser feita por qualquer gestor minimamente sério e minimamente inteligente.
Povo educado ganha mais, consome mais, come mais corretamente, adoece menos e recolhe mais imposto para as burras dos governos.
Vale à pena investir mais em educação do que em caridade, pelo menos assim penso eu, materialista convicta.

Antes que eu me esqueça e para ser bem clara: planejamento familiar não tem nada a ver com controle de natalidade. Aliás, é a única medida capaz de evitar a legalização do controle de natalidade, que é uma medida indesejável, apesar de alguns países precisarem recorrer a ela. Uberlândia, inspirada na lei de Cascavel, Paraná, aprovou, em novembro de 1992, a lei do planejamento familiar. Nossa cidade foi a segunda do Brasil a tomar esta iniciativa, antecipando-se ao SUS. Eu, vereadora à época, fui a autora da mesma e declaro isto sem nenhuma vaidade, apenas para a senhora saber com quem
está falando.

Senhora PresidentA, mesmo não tendo votado na senhora, torço pelo sucesso do seu governo como mulher e como cidadã. Mas a maior torcida é para que não lhe falte discernimento, saúde nem coragem para empunhar o chicote e bater forte, se for preciso.
A primeira chibatada é o seu veto a este Código Florestal, que ainda está muito ruim, precisado de muito amadurecimento e aprendizado.
O planeta terra é muito mais importante do que o lucro do agronegócio e a histeria da reforma agrária fajuta que vocês estão promovendo.

Sou fazendeira e ao mesmo tempo educadora ambiental. Exatamente por isto não perco a sensatez. Deixe o Congresso pensar um pouco mais, afinal, pensar não dói e eles estão em Brasília, bem instalados e bem remunerados, para isto mesmo. E acautele-se durante o processo eleitoral que se aproxima. Pega mal quando um político usa a máquina para beneficiar seu partido e sua base aliada.
Outros usaram? E daí? A senhora não é os outros. A senhora á a senhora, eleita pelo povo brasileiro para ser a presidentA do Brasil, e não a presidentA de um partidinho de aluguel, qualquer.

Se conselho fosse bom a gente não dava, vendia. Sei disto, é claro.
Assim mesmo vou aconselhá-la a pedir desculpas às outras mães excluídas do seu presente: as mães da classe média baixa, da classe média média, da classe média alta, e da classe dominante, sabe por quê? Porque somos nós, com marido ou sem marido, que, junto com os homens produtivos, geradores de empregos, pagadores
de impostos, sustentamos a carruagem milionária e a corte
perdulária do seu governo tendencioso, refém do PT e da base aliada oportunista e voraz.

A senhora, confinada no seu palácio, conhece ao vivo os beneficiários da Bolsa-família? Os muitos que eu conheço se recusam a aceitar qualquer trabalho de carteira assinada, por medo de perder o benefício.

Estou firmemente convencida de que este novo programa, BRASIL CARINHOSO, além de não solucionar o problema de ninguém, ainda tem o condão de produzir uma casta inoperante, parasita social, sem qualificação profissional, que não levará nosso País a lugar nenhum. E, o que é mais grave, com o excesso de propaganda institucional feita incessantemente pelo governo petista na última década, o Brasil está na mira dos desempregados do mundo inteiro,
a maioria qualificada, que entrarão por todas as portas e ocuparão todos os empregos disponíveis, se contentando até mesmo com a informalidade. E aí os brasileiros e brasileira vão ficar chupando prego, entregues ao deus-dará, na ociosidade que os levará à delinquência e às drogas.

Quem cala, consente. Eu não me calo. Aos setenta e quatro anos, o que eu mais queria era poder envelhecer despreocupada, apesar da pancadaria de 1964. Isto não está sendo possível. Apesar de ter lutado a vida toda para criar meus cinco filhos, de ter educado milhares de alunos na rede pública, o País que eu vou legar aos meus descendentes ainda está na estaca zero, com uma legislação que deu a todos a obrigação de votar e o direito de votar e ser votado, mas gostou da sacanagem de manter a maioria silenciosa no ostracismo social, alienada e desinteressada de enfrentar o desafio de lutar por um lugar ao sol, de ganhar o pão com o suor do seu rosto. Sem dignidade, mas com um título de eleitor na mão, pronto para depositar um voto na urna, a favor do político
paizão/mãezona que lhe dá alguma coisa. Dar o peixe, ao invés de ensinar a pescar, esta foi a escolha de vocês.

A senhora não pediu minha opinião, mas vai mandar a fatura para eu pagar. Vai. Tomou esta decisão sem me consultar. Num país com taxa de crescimento industrial abaixo de zero, eu, agropecuarista, burro-de-carga brasileiro, me dou o direito de pensar em voz alta e o dever de me colocar publicamente contra este cafuné na cabeça dos miseráveis. Vocês não chegaram ao poder agora. Já faz nove anos, pense bem! Torraram uma grana preta com o FOME ZERO, o bolsa-escola, o bolsa-família, o vale-gás, as ONGs fajutas e outras esmolas que tais.

Esta sangria nos cofres públicos não salvou ninguém? Não refrescou niente? Gostaria que a senhora me mandasse o mapeamento do Brasil miserável e uma cópia dos estudos feitos para avaliar o quantitativo de miseráveis apurado pelo Palácio do Planalto antes do anúncio do BRASIL CARINHOSO. Quero fazer uma continha de multiplicar e outra de dividir, só para saber qual a parte que me toca nesta chamada de capital. Democracia é isto, minha cara. Transparência. Não ofende. Não dói.

Ah, antes que eu me esqueça, a palavra certa é PRESIDENTE.
Não sou impertinente nem desrespeitosa, sou apenas professora de latim, francês e português. Por favor, corrija esta informação.

Se eu mandar esta correspondência pelo correio, talvez ela pare na Casa Civil ou nas mãos de algum assessor censor e a senhora nunca saberá que desagradou alguém em algum lugar. Então vai pela internet. Com pessoas públicas a gente fala publicamente para que alguém, ciente, discorde ou concorde.
O contraditório é muito saudável.

Não gostei e desaprovo o BRASIL CARINHOSO. Até o nome me incomoda. R$2,00 (dois reais) por dia para cada familiar de quem tem em casa uma criança de zero a seis anos, é uma esmolinha bem insignificante, bem insultuosa, não é não, dona Dilma?
Carinho de presidentA da república do Brasil neste Momento, no meu conceito, é uma campanha institucional a favor da vasectomia e da laqueadura em quem já produziu dois filhos. É mais creche institucional e laica. Mais escola pública e laica em tempo integral com quatro refeições diárias. É professor dentro da sala de aula,
do laboratório, competente e bem remunerado. É ensino
profissionalizante e gente capacitada para o mercado de trabalho.

Eu podia vociferar contra os descalabros do poder público, fazer da corrupção escandalosa o meu assunto para esta catilinária.
Mas não. Prefiro me ocupar de algo mais grave, muitíssimo mais grave, que é um desvio de conduta de líderes políticos desonestos, chamado populismo, utilizado para destruir a dignidade da massa ignara. Aliciar as classes sociais menos favorecidas é indecente e profundamente desonesto. Eles são ingênuos, pobres de espírito, analfabetos, excluídos? Os miseráveis são. Mas votam, como qualquer cidadão produtivo, pagador de impostos.
Esta é a jogada. Suja.

A televisão mostra ininterruptamente imagens de Desespero social.
Neste momento em todos os países, pobres, emergentes ou ricos, a população luta, grita, protesta, mata, morre, reivindicando oportunidade de trabalho. Enquanto isto, aqui no País das Maravilhas, a presidente risonha e ricamente produzida anuncia um programa de estímulo à vagabundagem. Estamos na contramão da História, dona Dilma!

Pode ter certeza de que a senhora conseguiu agredir a inteligência da minoria de brasileiros e brasileiras que mourejam dia após dia para sustentar a máquina extraviada do governo petista.

Último lembrete: a pobreza é uma consequência da esmola. Corta a esmola que a pobreza acaba, como dois mais dois são quatro.
Não me leve a mal por este protesto público. Tenho obrigação de protestar, sabe por quê? Porque, de cada delírio seu, quem paga a conta sou eu.

Atenciosamente,
Martha de Freitas Azevedo Pannunzio
Fazenda Água Limpa, Uberlândia, em 16-05-2012

domingo, janeiro 27, 2013

Memória do Saque - A Crise Argentina e as Semelhanças Inquietantes com Portugal.

Este filme é uma excelente lição de economia e que nos deve fazer pensar nas semelhanças entre o saque Argentino e a inquietante realidade em Portugal.

VII Seminário de Macroeconomia e Teoria e Modelos de Crescimento Económico

O VII Seminário de Macroeconomia e Teoria e Modelos de Crescimento Económico foi um extraordinário exemplo da qualidade do trabalho que vem sendo desenvolvido nestas duas discilplinas entre professores e alunos. Esta é uma metodologia vencedora, numa equipa em que dá gosto trabalhar. Não foi por acaso que a agência de avaliação e acreditação do ensino superior aprovou o curso de Economia da Universidade Lusófona, com a apreciação excelente que fez. Estamos a trabalhar bem e cada vez melhor. Este foi o ano de melhor produção, nestes sete anos desta metodologia, com uma qualidade de trabalhos digna de fazer inveja à concorrência.

sexta-feira, janeiro 11, 2013

OLAE prevê crescimento do PIB de Moçambique de 9,75% em 2013.


PREVISÕES MACROECONÓMICAS DO OLAE PARA MOÇAMBIQUE – 2013

O Gabinete de Previsão Económica do OLAE – Observatório Lusófono de Actividades Económicas, Centro de Investigação e Prestação de Serviços ligado à Universidade Lusófona, divulga as suas previsões macroeconómicas para Moçambique, para o ano 2013.

O produto crescerá a uma taxa de 9,75 por cento, com aumento das exportações em 11,5% que, quase compensarão a subida das importações em 12%, o que representa um passo muito significativo para as contas externas do país, pois estão a ser dados passos gigantescos para resolver um dos maiores desequilíbrios macroeconómicos do país.

O carvão vai ser o principal responsável pela subida da taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013. Toda a Indústria extractiva, potenciada pelo efeito da produção de carvão viverá um ano histórico de crescimento em que finalmente “levantará voo”. O gás e as areias pesadas são outras áreas em franca expansão que possibilitarão o rápido crescimento do sector charneira da economia, que arrastará tudo o resto atrás de si. Este contributo encontra um pilar sólido na banca e sector financeiro, que podem multiplicar o investimento em todos os outros sectores de suporte.

O rápido crescimento da economia Moçambicana traduz-se também na melhoria do rendimento per capita, que entre 2009 e 2013 cresce praticamente 50 por cento, o que é um dos melhores resultados à escala global.

O Plano de Acção para a Redução da Pobreza (PARP 2011-14) beneficia desta conjuntura favorável e reúne condições para tornar-se num caso de estudo internacional, pela melhoria, em qualidade e quantidade, dos serviços públicos de educação, de saúde, de água e saneamento, de estradas e de energia, bem como a promoção do emprego e o aumento da produção e produtividade agrária e pesqueira.
Por outro lado, o IDE (Investimento Directo Estrangeiro) continuará a crescer significativamente, prevendo-se um aumento em 12,5% excluindo os megaprojectos.

O investimento realizado em Moçambique encontra no país condições ideais para penetrar facilmente no mercado regional, pois Moçambique encontra-se localizado numa zona estratégica da SADC (South African Development Community), sendo o PIB da África Austral actualmente nos USD 800 mil milhões reunindo mais de 300 milhões de consumidores.

Apesar deste progresso, continua a ser preocupante que as reservas internacionais líquidas, previsivelmente, revelarem-se insuficientes para cobrir 4 meses de importação de bens e serviços não factoriais, o que obrigará, que também em 2013 o Banco de Moçambique proceda a monitoria permanente dos movimentos financeiros internacionais.

A inflação situar-se-á nos 8% o que obrigará o Banco de Moçambique a uma gestão muito activa da política monetária e cambial para, evitando o ajustamento súbito do valor do Metical, controlar as tendências inflacionistas.


Esta continua a ser a maior preocupação do OLAE com a economia de Moçambique, pois ano após ano, apesar dos resultados apreciáveis obtidos pelo Banco de Moçambique no seu esforço para controlar a inflação, mantem-se um desequilíbrio profundo entre a cotação do Metical e o seu real valor. Este desequilíbrio tem sido possível de gerir apenas através de limitações à mobilidade internacional de capitais, no entanto o aprofundamento da integração económica de Moçambique no panorama da África Austral e das interligações com economias mais avançadas obrigará a uma revisão desta política, o que apenas poderá ser feito num contexto de controlo real da inflação. Ainda não estão reunidas condições para Moçambique permitir a livre circulação de capitais em 2013. A estratégia de “Meticalização” total da economia apenas poderá ter sucesso num contexto de controlo apertado da inflação. O risco de problemas sociais agravados está directamente ligado à pressão inflacionista em especial sobre os preços de bens de primeira necessidade, em especial nas maiores cidades, realçando-se a necessidade de evitar que a economia da região de Maputo desenvolva sintomas de “Doença Holandesa”.

A chegada de milhares de imigrantes, nomeadamente Portugueses, levará a um embaratecimento do trabalho dos técnicos qualificados na região de Maputo, mas esta tendência não conseguirá evitar o aumento dos custos unitários do trabalho qualificado nas outras regiões do país, em especial na Beira, Tete, Pemba e Nampula. No entanto, estes milhares de imigrantes contribuirão também para a aceleração do crescimento do PIB de Moçambique.

A taxa de juro real continuará elevada, prevendo-se que se situe nos 8 por cento, remunerando os capitais investidos no país de forma particularmente atractiva e estando ajustada ao crescimento económico do país e a alguma falta de liquidez que ainda se fará sentir no mercado ao longo de 2013.

Segundo o OLAE, Moçambique é um dos melhores países do mundo para realizar investimento, perspectivando-se elevadíssimas taxas de retorno dos investimentos realizados, ao longo dos próximos anos.
Se a estabilidade política não for afectada, os factores muito positivos como o bom ambiente de negócios, boa governação e existência de recursos naturais crescentemente explorados, que estão a estruturar uma nova economia altamente dinâmica em Moçambique contribuirão decisivamente para o enriquecimento do país, do seu povo e de todos os que aí invistam e trabalhem.

PREVISÕES MACROECONÓMICAS DO OLAE PARA MOÇAMBIQUE – 2013

O Gabinete de Previsão Económica do OLAE – Observatório Lusófono de Actividades Económicas, Centro de Investigação e Prestação de Serviços ligado à Universidade Lusófona, divulga as suas previsões macroeconómicas para Moçambique, para o ano 2013.

O produto crescerá a uma taxa de 9,75 por cento, com aumento das exportações em 11,5% que, quase compensarão a subida das importações em 12%, o que representa um passo muito significativo para as contas externas do país, pois estão a ser dados passos gigantescos para resolver um dos maiores desequilíbrios macroeconómicos do país.

O carvão vai ser o principal responsável pela subida da taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013. Toda a Indústria extractiva, potenciada pelo efeito da produção de carvão viverá um ano histórico de crescimento em que finalmente “levantará voo”. O gás e as areias pesadas são outras áreas em franca expansão que possibilitarão o rápido crescimento do sector charneira da economia, que arrastará tudo o resto atrás de si. Este contributo encontra um pilar sólido na banca e sector financeiro, que podem multiplicar o investimento em todos os outros sectores de suporte.

O rápido crescimento da economia Moçambicana traduz-se também na melhoria do rendimento per capita, que entre 2009 e 2013 cresce praticamente 50 por cento, o que é um dos melhores resultados à escala global.

O Plano de Acção para a Redução da Pobreza (PARP 2011-14) beneficia desta conjuntura favorável e reúne condições para tornar-se num caso de estudo internacional, pela melhoria, em qualidade e quantidade, dos serviços públicos de educação, de saúde, de água e saneamento, de estradas e de energia, bem como a promoção do emprego e o aumento da produção e produtividade agrária e pesqueira.
Por outro lado, o IDE (Investimento Directo Estrangeiro) continuará a crescer significativamente, prevendo-se um aumento em 12,5% excluindo os megaprojectos.

O investimento realizado em Moçambique encontra no país condições ideais para penetrar facilmente no mercado regional, pois Moçambique encontra-se localizado numa zona estratégica da SADC (South African Development Community), sendo o PIB da África Austral actualmente nos USD 800 mil milhões reunindo mais de 300 milhões de consumidores.

Apesar deste progresso, continua a ser preocupante que as reservas internacionais líquidas, previsivelmente, revelarem-se insuficientes para cobrir 4 meses de importação de bens e serviços não factoriais, o que obrigará, que também em 2013 o Banco de Moçambique proceda a monitoria permanente dos movimentos financeiros internacionais.

A inflação situar-se-á nos 8% o que obrigará o Banco de Moçambique a uma gestão muito activa da política monetária e cambial para, evitando o ajustamento súbito do valor do Metical, controlar as tendências inflacionistas.


Esta continua a ser a maior preocupação do OLAE com a economia de Moçambique, pois ano após ano, apesar dos resultados apreciáveis obtidos pelo Banco de Moçambique no seu esforço para controlar a inflação, mantem-se um desequilíbrio profundo entre a cotação do Metical e o seu real valor. Este desequilíbrio tem sido possível de gerir apenas através de limitações à mobilidade internacional de capitais, no entanto o aprofundamento da integração económica de Moçambique no panorama da África Austral e das interligações com economias mais avançadas obrigará a uma revisão desta política, o que apenas poderá ser feito num contexto de controlo real da inflação. Ainda não estão reunidas condições para Moçambique permitir a livre circulação de capitais em 2013. A estratégia de “Meticalização” total da economia apenas poderá ter sucesso num contexto de controlo apertado da inflação. O risco de problemas sociais agravados está directamente ligado à pressão inflacionista em especial sobre os preços de bens de primeira necessidade, em especial nas maiores cidades, realçando-se a necessidade de evitar que a economia da região de Maputo desenvolva sintomas de “Doença Holandesa”.

A chegada de milhares de imigrantes, nomeadamente Portugueses, levará a um embaratecimento do trabalho dos técnicos qualificados na região de Maputo, mas esta tendência não conseguirá evitar o aumento dos custos unitários do trabalho qualificado nas outras regiões do país, em especial na Beira, Tete, Pemba e Nampula. No entanto, estes milhares de imigrantes contribuirão também para a aceleração do crescimento do PIB de Moçambique.

A taxa de juro real continuará elevada, prevendo-se que se situe nos 8 por cento, remunerando os capitais investidos no país de forma particularmente atractiva e estando ajustada ao crescimento económico do país e a alguma falta de liquidez que ainda se fará sentir no mercado ao longo de 2013.

Segundo o OLAE, Moçambique é um dos melhores países do mundo para realizar investimento, perspectivando-se elevadíssimas taxas de retorno dos investimentos realizados, ao longo dos próximos anos.
Se a estabilidade política não for afectada, os factores muito positivos como o bom ambiente de negócios, boa governação e existência de recursos naturais crescentemente explorados, que estão a estruturar uma nova economia altamente dinâmica em Moçambique contribuirão decisivamente para o enriquecimento do país, do seu povo e de todos os que aí invistam e trabalhem.

sábado, janeiro 05, 2013

Portugal 2013: O Ano do Orçamento de Estado Absolutamente Irrealista.


Inconstitucional ou não, o Orçamento de Estado para 2013 em Portugal é uma peça do maior irrealismo e apenas funciona como um desejo, infelizmente demasiado afastado da possibilidade de concretização, ou então é mesmo o resultado da impreparação, incompetência, insanidade pura ou humor extraordinário de quem o produziu.

O cenário macroeconómico que serve de base ao documento e às contas e ao seu suposto equilíbrio fundamenta-se em previsões verdadeiramente irrealistas. Todas as entidades credíveis que apresentaram previsões macroeconómicas para Portugal em 2013 construíram cenários bem piores do que o traçado no OE 2013. Vou centrar-me apenas nas previsões da instituição a que pertenço, mas podia referir várias outras entidades nacionais e internacionais. De acordo com as previsões macroeconómicas apresentadas pelo Gabinete de Previsão Económica (GPE) do OLAE – Observatório Lusófono de Actividades Económicas, o PIB Português irá contrair mais de 3 por cento em 2013. O Orçamento prevê uma queda de 1 por cento. Mas vale a pena perceber como o governo chega a este valor irrealista. O Consumo Privado caiu mais de 4% em 2011, mais de 5% em 2012 e agora prevê-se que caia apenas 2,2%, não se percebendo como será aparada esta queda, quando os impostos aumentam, o desemprego aumenta, o rendimento disponível das famílias cai a pique e o crédito está restringido. Como vão os Portugueses consumir estes valores? Parece impossível. É impossível!

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), componente fundamental do Investimento, caiu mais de 11 por cento em 2011, quase 15 por cento em 2012 e agora pasme-se o governo acredita que irá cair apenas mais 4,2%. Ridículo!

Qualquer estudante de Economia do primeiro ano da Universidade Lusófona (e das outras universidades, acredito eu) sabe que o Consumo e o Investimento são as variáveis mais afectadas pela evolução das Expectativas dos Agentes Económicos. Ora alguém acredita nas expectativas positivas dos Portugueses por estes dias? Vão consumir e investir em 2013? E nos anos seguintes?

Neste descalabro, o governo acredita, ou pelo menos colocou isso no OE 2013 que o desemprego vai aumentar apenas cerca de 1 ponto percentual. Pois, pois, no cenário em que o PIB quase não cai. Mas com as previsões que temos o desemprego ultrapassará os 17,5%, na melhor das hipóteses. Isto é, no nosso cenário “optimista”, pois arriscamos uma queda maior.

Consequências desta situação? As contas não vão bater certas!

Daqui a três meses já estaremos outra vez com um enorme, desculpem COLOSSAL, BURACO NAS CONTAS. E será necessário arranjar mais receitas em algum lado.

Pior, apenas pelo efeito da divergência do cenário macroeconómico, estaremos condenados a ter um acréscimo do défice em mais de 4 pontos percentuais (p.p.). Explica-se este valor da seguinte forma: Cada ponto percentual do PIB de diferença leva a uma quebra na receita fiscal de cerca de 0,4 p.p., o que se agrava quando fazemos a conta ao défice, pois não apenas temos um numerador maior (saldo negativo), mas também temos um denominador menor (PIB), pelo que cada quebra de 1 p.p. no PIB representa mais de 1,7 p.p. de acréscimo no défice do OE (em percentagem). Com o cenário macroeconómico apresentado, este efeito supera os 4 p.p. e criará mais um enorme e colossal buraco. Conclusão: Empobrecemos para pagar as dívidas e acabamos mais endividados do que começámos. É obra! Deve ser a este tipo de coisas que se chama DESGOVERNO!

No fundo, uma inconstitucionalidade qualquer que permita distrair os cidadãos e seja arma de arremesso político até serve muito bem como bode expiatório de quem fez uma peça orçamental desfasada da realidade. Já desconfio que o Tribunal Constitucional acabará por fornecer a desculpa ideal para os responsáveis políticos poderem assobiar para o lado e fingirem mais uma vez que não foi culpa deles. A ver vamos, mas lamentavelmente é este tipo de coisas que a política do rectângulo nos habituou…

Já chega! É tempo de mudar de política e atacar a raiz do problema. A tentar obter receitas e cobrando mais impostos até à exaustão dos cidadãos e das empresas as contas já não se equilibram. É fundamental atacar a despesa de uma vez por todas, senão nunca mais saímos desta armadilha. Cuidado! Também não vamos lá com uma Política Orçamental expansionista, pois o multiplicador desses gastos face ao Saldo orçamental é negativo e esse caminho, que alguns políticos de alguma “Esquerda” podem querer vender aos Portugueses e embalá-los nessa doce ilusão, apenas criará mais e mais pobreza. Temos de ir ao fundo do problema duma vez por todas. Não é por este caminho, mas também não resolvemos o problema com demagogia barata. Temos de construir um Estado à medida daquilo que a nossa Economia consegue sustentar e criar condições para termos um Estado eficiente e que ajude a vida dos cidadãos, com solidariedade, mas sem o “Monstro”.

Ou o governo muda de política (e depressa) ou teremos de mudar de governo!

Não há mais margem para falhanços!

sexta-feira, dezembro 07, 2012

Em defesa de Medina Carreira

O nome de Medina Carreira foi manchado publicamente. A forma como se defendeu mostrou a diferença face ao que estamos habituados.

Este homem deve ter incomodado demais certos instalados...

Muitas vezes não concordo com o que diz, com razão ou sem ela, mas a forma como está a ser "calado" é podre demais.

Segundo Marques Mendes: "O Ministro das Finanças está a gozar com o pagode".

"...tratando os Portugueses como atrasados mentais..."

Absolutamente de acordo!

domingo, dezembro 02, 2012

Sugestão de Leitura: “A Mão do Diabo” de José Rodrigues dos Santos



José Rodrigues dos Santos apresenta-nos sob a forma de romance um verdadeiro ensaio sobre economia e em particular sobre as causas da crise e a forma como a austeridade acontece, os seus porquês e origens “criminosas”, numa ficção que afinal não será apenas ficção.

Extremamente interessante e consistentemente fundamentado em conhecimento económico, em que parece ter contado com colaborações extensas de vários economistas da nossa praça, Rodrigues dos Santos traz-nos muito mais que um livro, é um autêntico libelo de acusação. Acusação contra todos os responsáveis por desgraçarem as economias de Portugal, da Grécia, da Espanha e não só. Acusação contra todos os responsáveis políticos que por omissões, negligências e incompetências permitiram que a crise se instalasse e provocasse tanto e tanto sofrimento humano. Acusação contra as medidas erradas que em vez de resolverem a crise aprofundam o desastre económico.

A ler e a passar palavra!

SINOPSE Oficial:

A crise atingiu Tomás Noronha. Devido às medidas de austeridade, o historiador é despedido da faculdade e tem de se candidatar ao subsídio de desemprego. À porta do centro de emprego, Tomás é interpelado por um velho amigo do liceu perseguido por desconhecidos.

O fugitivo escondeu um DVD escaldante que compromete os responsáveis pela crise, mas para o encontrar Tomás terá de decifrar um criptograma enigmático.

O Tribunal Penal Internacional instaurou um processo aos autores da crise por crimes contra a humanidade. Para que este processo seja bem-sucedido, e apesar da perseguição implacável montada por um bando de assassinos, é imperativo que Tomás decifre o criptograma e localize o DVD com o mais perigoso segredo do mundo.

 A verdade oculta sobre a crise.
Numa aventura vertiginosa que nos transporta ao coração mais tenebroso da alta política e finança, José Rodrigues dos Santos volta a impor-se como o grande mestre do mistério. Além de ser um romance de cortar o fôlego, A Mão do Diabo divulga informação verdadeira e revela-se um precioso guia para entender a crise, conhecer os seus autores e compreender o que nos reserva o futuro.


terça-feira, novembro 13, 2012

Inevitavelmente a maior greve geral pós-25 de Abril de 1974.


O dia 14 de Novembro de 2012 registará a maior greve geral do período após o 25 de Abril de 1974. Pessoalmente, não partilho de nenhuma espécie de entusiasmo por greves gerais, nem por este tipo de demonstrações de força política. No entanto, as condições económicas e sociais extremamente gravosas para a generalidade do povo Português, potenciadas pela persecução e insistência numa política económica absolutamente errada e altamente destruidora de valor, criaram o caldo de cultura para a instabilidade social e política, que pode a todo o momento degenerar colocando em causa a própria democracia. Inevitavelmente, milhares de Portugueses que nunca fizeram greve e insuspeitos de simpatias comunistas irão participar numa greve geral promovida pela CGTP. A Intersindical bem pode agradecer aos erros do governo e à política de austeridade inconsistente e que está a gerar uma crise impossível de ser superada por esta via, os grevistas adicionais que se juntarão aos habitués das greves e manifestações. Para a CGTP é um autêntico milagre ter um governo que lhe atira os Portugueses para o colo.

Assim, nem vale a pena o governo dar-se ao trabalho de entrar numa guerra de números para demonstrar que apenas 10% dos trabalhadores fizeram greve. Mesmo que esse seja o número real de grevistas também será certo que quase a totalidade dos restantes Portugueses estão contra o governo e contra a política seguida. Pior, apesar dos sacrifícios, quanto mais os Portugueses se sacrificam, maior é o défice das contas públicas porque a economia está a desaparecer, substituída por desemprego astronómico, falências em números nunca vistos e regresso à economia paralela. Enfim, um desastre completo que, trará uma das maiores transferências de riqueza da nossa história económica. A classe média irá praticamente desaparecer e a riqueza ficará muito mais concentrada nas mãos de meia dúzia. Por outro lado, o tecido produtivo será arrasado de forma irreversível por muitos e longos anos.

Assim, é urgente mudar a política e influenciar a Europa para nos permitir evitar este desastre. Não será com figuras de “bom aluno” que seremos poupados. Temos de impor as nossas condições. Outros países fizeram-no com sucesso.

Quanto maior o sucesso da greve geral, maior a representação desgraçada da depauperada economia nacional e da governação impreparada e inapta que nos calhou.

Mais um dia infeliz para Portugal.

terça-feira, novembro 06, 2012

Macroeconomicus - II Série

O Macroeconomicus mudou. Durante vários meses foi dificil atualizar o blogue e publicar opinião, estudos e promover o debate. Entretanto, o próprio Blogspot mudou a forma dos blogues e a sua organização. Com esta mudança, perdemos o grafismo anterior, mas ganhámos eficiência nas ligações e atualizações. Começamos a segunda parte deste caminho. Fica expressa a vontade de renovar este espaço com livre-pensamento e disseminação do conhecimento e da análise económica empenhada em contribuir para a melhoria das condições de vida das pessoas. Façamos este caminho em conjunto. Sempre.
José Paulo Oliveira

OLAE - Previsões Macroeconómicas para PORTUGAL 2013: QUEBRA DO PIB SUPERIOR A 3 POR CENTO


Os principais indicadores e conclusões são:
 
PIB cairá mais de 3 por cento;
 
Meta do défice do Orçamento de Estado é impossível de cumprir;

Desemprego ultrapassará os 17,5%;
 
Inflação superior a 2%;

Existe um risco acrescido de Quebra de Estrutura na Economia Portuguesa.
 
 
Overview das Previsões Macroeconómicas Nacionais para 2013
No seguimento da apresentação da proposta de Orçamento de Estado de 2013 para Portugal, o OBSERVATÓRIO LUSÓFONO DE ACTIVIDADES ECONÓMICAS (OLAE), na qualidade de centro de investigação e prestação de serviços da UNIVERIDADE LUSÓFONA DE HUMANIDADES E TECONOLOGIAS, através do seu GABINETE DE PREVISÃO ECONÓMICA, procede à divulgação das suas atualizações em matéria de previsão macroeconómica para Portugal.
O GABINETE DE PREVISÃO ECONÓMICA do OLAE estima, portanto, uma contração da atividade económica de aproximadamente 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB). A incerteza decorrente do enqudramento externo (principalmente relativas a detriorações nas economias da área do Euro) conduz à adopção de níveis de intervalos de significância, podendo o PIB nacional contrair entre 2,7% e 3,5%. Outro importante fator, que leva a um diferencial nas previsões macroeconómicas de outros organismos e instituições, prende-se com a incerteza política e com o impato das medidas em sede do Memorando de Entendimento com as instituições internacionais. O GABINETE DE PREVISÃO ECONÓMICA adverte os responsáveis pela condução e formulação de política orçamental, em virtude do impato das medidas resultantes do programa de ajustamento financeiro na economia portuguesa no ano de 2012.
Estritamente no panorama orçamental, o GABINETE DE PREVISÃO ECONÓMICA entende que o governo cumpriu as principais metas acordadas para 2012, em sede do Memorando de Entendimento tripartido com as instituições internacionais. Embora o cumprimento do Memorando de Entendimento, salienta-se que os esforços de consolidação orçamental não resultaram no cumprimento previsto para o déficit orçamental. Algumas medidas propostas, a serem aplicadas ao abrigo do
programa de auxílio financeiro, não se concretizaram por via de elevadas pressões sociais, como a redução da Taxa Social Única.

Em matéria da previsão da taxa de desemprego, relativamente à população activa, este deverá atingir os 17,6%, contrariamente ao valor apontado em sede de Orçamento de Estado para 2013. É expectável uma revisão em alta do número de desempregados face ao total da população activa no decorrer do ano de 2013, dada a elevada incerteza no cenário de enquadramento político-económico e, também, de um impacto mais acentuado das medidas de consolidação orçamental no tecido empresarial nacional. O crescimento dos níveis de preços em Portugal deverão manter-se alinhados com o verificado nos anos anteriores, devendo-se a inflação cifrar-se em 2013 nos 2,3%.
As previsões macroeconómicas agora apresentadas têm como base um elevadíssimo grau de incerteza, em virtude do momento excepcional em termos nacional e internacionais. Do ponto de vista interno, o ano de 2013 estará fortemente dependente do desempenho do programa de consolidação orçamental e, por conseguinte, dos objectivos orçamentais acordados. A nível internacional, as previsões macroeconómicas apresentadas para Portugal poderão ser revistas devido à desaceleração da atividade económica mundial, a uma alteração na política económica norte-americana por via das eleições em 2013 e, especialmente, pelo cenário incerto na área do Euro. Neste domínio, o GABINETE DE PREVISÃO ECONÓMICA alerta para a atual situação em outras economias onde já se implementaram programas de auxílio financeiro (Grécia e Irlanda) ou países com dificuldades crescentes de acesso a financiamento através de mercados financeiros (Espanha e Itália). O adiamento de algumas decisões preponderantes, como o caso da criação de uma União Bancária ou a compra direta de dívida pelo Banco Central Europeu, contribuem para o cenário de elevada incerteza na realização de previsões macroeconómicas.
Por fim, uma nota sumária para o facto de o GABINETE DE PREVISÃO ECONÓMICA relembrar, novamente, o imperativo de uma reflexão em torno dos modelos de previsão económica e macroeconómica. Historicamente, em períodos de uma forte contração do produto mundial, os modelos de previsão macroeconómica têm apresentado dificuldade em refletir a problemática do structural break. Urge, portanto, massa crítica neste domínio científico, com o intuito de aproximar os outputs dos modelos de previsão macroeconómica à realidade de uma quebra de estrutura nos países da área do Euro, onde vigoram programas de auxílio financeiro.

Obama outra vez. Claro!

Apesar de todos sabermos que os melhores prognósticos são os que se fazem no fim dos jogos, estou convencido que é nas convicções que se conhecem as pessoas. Por isso, não posso deixar de dar o meu prognóstico sobre a eleição do presidente dos Estados Unidos da América, o, até ver, mais importante cargo político à escala mundial.

Os dois candidatos começam por recolher os votos certos dos Estados que lhes são fiéis. Neste particular os Democratas estão em vantagem face aos Republicanos, pois o “chão” dos Democratas é agora maior, de há alguns anos para cá que esta situação se inverteu, tendo os Democratas sabido reverter a desvantagem do passado. Isto permite ganhar as eleições apenas ganhando alguns Estados indecisos e aí penso que Obama vai de certeza ganhar. O Ohio vai cortar qualquer esperança dos Republicanos. A administração Obama fez um trabalho excepcional na recuperação de empregos, especialmente no cluster da indústria automóvel e isso vai garantir-lhe a reeleição. Costuma ser assim, quem trabalha melhor ganha (excepção feita à chapelada do ano 2000).

Portanto, o próximo presidente dos Estados Unidos da América é: Barack Obama. No doubt about it!