O dia 14 de Novembro de 2012 registará a maior greve geral
do período após o 25 de Abril de 1974. Pessoalmente, não partilho de nenhuma
espécie de entusiasmo por greves gerais, nem por este tipo de demonstrações de
força política. No entanto, as condições económicas e sociais extremamente
gravosas para a generalidade do povo Português, potenciadas pela persecução e
insistência numa política económica absolutamente errada e altamente
destruidora de valor, criaram o caldo de cultura para a instabilidade social e
política, que pode a todo o momento degenerar colocando em causa a própria democracia.
Inevitavelmente, milhares de Portugueses que nunca fizeram greve e insuspeitos
de simpatias comunistas irão participar numa greve geral promovida pela CGTP. A
Intersindical bem pode agradecer aos erros do governo e à política de
austeridade inconsistente e que está a gerar uma crise impossível de ser
superada por esta via, os grevistas adicionais que se juntarão aos habitués das greves e manifestações.
Para a CGTP é um autêntico milagre ter um governo que lhe atira os Portugueses
para o colo.
Assim, nem vale a pena o governo dar-se ao trabalho de
entrar numa guerra de números para demonstrar que apenas 10% dos trabalhadores
fizeram greve. Mesmo que esse seja o número real de grevistas também será certo
que quase a totalidade dos restantes Portugueses estão contra o governo e contra
a política seguida. Pior, apesar dos sacrifícios, quanto mais os Portugueses se
sacrificam, maior é o défice das contas públicas porque a economia está a
desaparecer, substituída por desemprego astronómico, falências em números nunca
vistos e regresso à economia paralela. Enfim, um desastre completo que, trará
uma das maiores transferências de riqueza da nossa história económica. A classe
média irá praticamente desaparecer e a riqueza ficará muito mais concentrada
nas mãos de meia dúzia. Por outro lado, o tecido produtivo será arrasado de
forma irreversível por muitos e longos anos.
Assim, é urgente mudar a política e influenciar a Europa
para nos permitir evitar este desastre. Não será com figuras de “bom aluno” que
seremos poupados. Temos de impor as nossas condições. Outros países fizeram-no
com sucesso.
Quanto maior o sucesso da greve geral, maior a representação
desgraçada da depauperada economia nacional e da governação impreparada e
inapta que nos calhou.
Mais um dia infeliz para Portugal.
Mais um dia infeliz para Portugal.